Apesar da indústria da moda ser normalmente associada a mulheres, um novo relatório mostra que elas não estão nas posições executivas mais altas do mercado.
The Glass Runway, um estudo criado pelo CFDA em parceria com a edição americana da revista Glamour, teve como motivação entender o gap de gêneros na moda para tentar solucionar a questão. O resultado do relatório é impressionante – pelo lado negativo.
Enquanto a moda é consumida e financiada em sua maior parte por mulheres, infelizmente e mesmo sendo elas quem mais procuram graduações na área – 85% dos estudantes do New York’s Fashion Institute of Technology são mulheres, por exemplo -, o mercado não reflete isso.
O relatório indica que as mulheres, por diversos fatores, sentem falta de confiança na hora de evoluir dentro da carreira no segmento. Das 535 profissionais entrevistadas, 100% admitiu que tem dificuldade em pedir por uma promoção, enquanto apenas 27% diz já ter recebido conselhos de carreira de seus superiores.
Muitas também desistem da ideia de chegar a cargos altos após terem filhos – 30% respondeu que acredita que maternidade diminuiria o ritmo de crescimento da carreira.
Apesar de, recententemente, haver um boom no movimento de mulheres como diretoras criativas de grandes casas, como Maria Grazia Chiuri na Dior e Clare Waight Keller na Givenchy, apenas 14% das marcas são chefiadas por executivas femininas.
“A moda faz parte da indústria criativa e eu acredito que os criativos são quem tem o maior senso de humanidade”, explica Steven Kolb, CEO do CFDA no documento. “Precisamos ver como traduzir essa humanidade em oportunidades para mulheres e suas carreiras para que elas continuem a crescer e prosperar”.