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Karol Conka sonha em ter sua marca de roupas: “Tombástica”

Por André Aloi

Prestes a lançar álbum novo, Karol Conka dona do hit “Tombei”, esteve na primeira fila do desfile de Reinaldo Lourenço, neste segundo dia de São Paulo Fashion Week (SPFW), no Teatro Santander, em São Paulo. A cantora falou que tem vontade de criar uma marca tombástica e flexível, tudo a ver com sua personalidade.

“Penso sim, mas preciso entender do negócio primeiro. Acho horrível quem lança alguma coisa sem entender (o mercado)”, explicou. Mas como seria essa label? “Tem que ter a ver com minha personalidade. Sou muito ácida, determinada, querida pra c… E tombástica”, completou.

Questionada sobre com qual marca ela vestiria todas as pessoas (uma referência à frase do prefeito eleito de São Paulo, João Doria, que gostaria que fosse Ralph Lauren), ela diz que essa seria sua futura etiqueta.

Em conversa com RG, ainda parabenizou Emicida por sua LAB (parceria com o irmão Fioti, sob tutela de João Pimenta, que encerra a programação desta segunda-feira). “Maravilhosa, participei da campanha. É muito importante isso que está acontecendo com o rap nacional: um selo de música que transforma em moda”. Ela não poderá comparecer por causa de outros compromissos previamente agendados.

A cantora falou que, quando escolhe uma roupa, gosta de chamar a atenção. Isso porque, logo em seguida, pode passar sua mensagem. “Empatia e liberdade total”, explicou ela, que quando está em casa gosta de ficar sem maquiagem. Também é adepta usar de roupão e pijama, ambos com motivo de coração. Conhecida por mudar sempre o visual, a cantora adotou nova cor em seu cabelo (tons de roxo) há duas semanas.

Para um homem conquistar Karol, tem que sere mais básico. “Gosto do time dos discretos, ao contrário de mim. Entraria em conflito”, brinca. Ao observar os desfiles, ela crê que poderia haver uma moda mais inclusiva. “Precisa ter pessoas que se pareçam com as do nosso dia a dia. Muita gente acha distante essa moda para eles, pois só vêem as roupas em modelos magros e fit. Precisamos quebrar os padrões”, afirma, dizendo que é necessário o surgimento de novas figuras e padrões.

Apesar de cantar sobre empoderamento feminino, e ter uma música com o tema (“100% Feminista”, ao lado de MC Carol), a rapper explica que o feminismo chegou há pouco tempo em sua vida. “Nunca foi trabalhado em escolas”, exemplifica. Karol explica que esse é um posicionamento que sempre teve, veio da criação da avó, dona Brasilina. Mas nunca soube, ao certo, que tudo o que cantava tinha essa representatividade. Até que lançou o primeiro trabalho.

“O que é o feminismo? Me ensinaram uma coisa chata. Há pouco descobri que o feminismo está relacionado à menina ser alegre, dar um role, beber uns drinks”, explica, dizendo que sempre foi assim, mas o real significado só descobriu há pouco tempo. A cantora sonha com o dia em que não vão mais perguntar sobre o papel da mulher na sociedade. “Nunca perguntam qual é o papel do homem na sociedade. É sempre: a mulher ou a mulher negra”, defende.

“Eu acho que a gente está passando por uma reformulação cultural mesmo. Comento sempre… As pessoas não sabem onde erram, só sabem quando apontam. (…) As mulheres são fantásticas, mas são subestimadas o tempo todo. Gosto de ter pensamento positivo para viver o dia em que isso acabe”, pontua.

“Não dá pra se contentar só com uma negra (como referência ou uma das poucas a sentar na fila A de um desfile). É meio ridículo. Não estou aqui porque sou negra. Estou aqui porque chamei a atenção, de certa forma, até da elite. Não é colocar o negro só pra servir ou na passarela, tipo cotinha – um ou dois pra dizer que tem”.

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