Por Regina Soares Valverde
Olívia Lambiasi está por todas as partes; anda colada a Costanza Pascolato, Isabella Giobbi, Martha Graeff, Leo Faria, Astrid Fontenelle. Olívia, afinal, faz peças que sobrepõem os mais luxuosos logos. Com inspiração em Pollock, faz arte em acessórios (bolsas, tênis, relógios) e os torna únicos.
O mundo artístico se fez presente em sua vida desde pequena. A tia e seu marido, ambos artistas plásticos, adotaram-na como a filha que nunca tiveram. Os passeios que faziam eram incomuns ao universo infantil; iam a vernissages, exposições e museus.
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Seu interesse pela arte transpareceu, então, na hora mais crucial da vida dos jovens, o vestibular. Escolheu a fotografia. Irônica ou coincidentemente, seu primeiro trabalho como fotógrafa foi o de catalogar obras de colecionadores. E, mesmo que a arte estivesse presente por todos os lados na profissão que escolheu, sentia que só uma imagem impressa não lhe bastava; a fotografia lhe parecia fria, como se carecesse de uma emoção maior.
Muito jovem, decidiu trabalhar em outro setor, que também envolvia criação. Desta vez, escolheu adentrar a moda ao tornar-se vendedora da Gucci. Foram exatas 720h (ou 30 dias corridos) sem sentar, por conta do batente, que lhe renderam sua primeira conquista financeira: uma bolsa Chanel. Saiu da loja com um sorriso de orelha a orelha, era um mix muito grande de sentimentos: um artigo de luxo, pensava, era sinônimo de status, poder, de ser especial. Esta sensação, porém, não demorou a desaparecer: “Meu investimento não era, mesmo, sinônimo de exclusividade. Verdadeiras ou falsas, todos tinham uma [bolsa] Chanel, onde quer que eu fosse. Parei de usá-la e a guardei no meu armário”.
Gostava do seu emprego, mas saiu para terminar seus estudos mais rapidamente. Assim que os concluiu, tirou um ano sabático de experimentação. Comprou telas, pincéis, tintas e, no galpão da casa de sua tia, seu atual atelier, começou a pintar. “Nossa, meus primeiros quadros ficaram horrorosos! Demorei uns sete meses para produzir algo que eu realmente gostasse”, ri ao lembrar da sua trajetória.
De repente, não mais que de repente, do hobby fez-se a ideia: por que não resgatar sua bolsa presa há mais de um ano no fundo do armário? Sem nenhum sinal de apego às horas que ficou em pé, usou o couro do acessório como tela. Finalmente sentiu-se única; ninguém teria uma Chanel igual à sua. “Vendedoras da loja chegaram a me perguntar se era a nova coleção que ainda não havia chegado ao Brasil! Conhecidas começaram a me pedir para pintar suas bolsas também. No início, claro, não cobrava pelo que fazia.”
Abriu uma conta no Instagram e começou a publicar fotos de suas criações. Marcella Tranchesi, uma das fundadoras da marca 284, viu uma dessas imagens e lembrou-se de ter estudado com Olívia no colégio Santa Cruz. Entrou em contato e tornou-se sua primeira cliente oficial.
Não parou, desde então, a conquistar seu espaço no mundo do luxo. Muitas bolsas Chanel, Hermes, Louis Vuitton, Balenciaga, Dior já ganharam suas pinceladas. Sua arte expandiu; começou a trabalhar, também, com relógios, de Rolex a Bvlgari, e, recentemente, fechou uma parceria com a Mercedes-Benz. O modelo GLA, inicialmente branco, circulou colorido pelas ruas de São Paulo durante o último SPFW.
Ela revelou que não quer parar por aí. “Tenho outros projetos em mente… Infelizmente ainda não posso dizer quais são. Mas, se Deus quiser, sai uma exposição minha ainda nesse ano!”, comenta à RG.
A partir de R$1.500 é possível andar, no pulso, no ombro, nos pés, com uma obra de arte assinada por Olívia Lambiasi; uma das poucas marcas atuais que garante exclusividade.
RG de Olívia
Nome completo: Olívia Guimarães Lambiasi
Data de Nascimento: 13/06/1991 (vulgo geminiana)
Naturalidade: São Paulo, SP
Contato: contato@olivialambiasi.com.br / @olivialambiasioficial
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