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Uniformes, conflito de geração e crise no segundo dia da Casa de Criadores

Parece que a Casa de Criadores vem se firmando como uma ótima plataforma para a moda masculina. No segundo dia do evento, mais uma vez, foram os meninos que levaram a melhor. Quem encerrou o line up, no entanto, foi Rober Dognani, com uma apocalíptica visão do guarda-roupa feminino.

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Confira o resumo das coleções abaixo e veja os looks na galeria de fotos.

A Casa de Criadores vai até sexta (16.10). Os desfiles acontecem no Campo de Marte.

COTTON PROJECT
Com a coleção “Do Nothing Club”, de inverno 2016, a jovem marca levou à passarela um dilema que a geração do designer Rafael Varandas conhece bem: a grande expectativa para ser bem sucedido e ganhar dinheiro para ter um estilo de vida legal ainda na juventude – vide os bilionários da internet com 25 anos e CEOs de multinacionais antes dos 30. A “Do Nothing Club” representa um grupo de pessoas que vão contra tudo isso, mas não de forma negativa: é apenas um estilo de vida que prioriza o mínimo esforço e o prazer das simples coisas no curto prazo.

Com design minimalista e matéria-prima de qualidade, a Cotton Project mostrou looks que são garantia de conforto e elegância sem esforço. A cartela de cores é neutra e leve, apostando forte no camelo e em vários tons de jeans – quase nada em preto!

IGOR DADONA
O ponto de partida para o inverno 2016 de Igor Dadona é o conflito mental causado pelo sentimento de claustrofobia no dia a dia do homem que vive nas grandes metrópoles. A fuga para a natureza surge como alternativa para descansar a mente.

Tecidos como jacquard, alfaiataria fio tinto, flanela, lã e veludo criam o equilíbrio entre cores, estampas e texturas vindos de diversas influências dentro do tema. Na cartela de cores, encontramos neutros como preto, off-white e cinza convivendo com dourado, verde e marinho – além dos tons quentes como vermelho, rosa e laranja.

A coleção apresenta, ainda, a parceria com o artista Marcio Krakhecke em acessórios em formato de serpente, representando a dualidade entre o belo e o perigoso, entre os bons e maus sentimentos que habitam em cada um de nós e nos acompanham por todo lugar.

HANGAR 33 – CAMU POR IGOR DADONA
A parceria, lançada em 2014, compõe o line-up do evento pela terceira vez, trazendo o novo olhar do estilista para o camuflado exclusivo da marca masculina do Grupo Lunelli.

Neste Inverno 2016, Dadona mergulha no conceito dos uniformes para criar peças que misturam estilo e funcionalidade. Na passarela, o resultado é uma mistura entre o streetwear e o workwear, sob uma visão contemporânea da moda masculina.

Entre os destaques, a coleção traz blusas e jaquetas perfecto com patches estampados que remetem às tatuagens old school, conjugando o mood underground com a atmosfera heróica e sofisticada da aviação. A bombshell doris, jaqueta exclusiva da Hangar 33, é um dos highlights da temporada.

ROBER DOGNANI
Inspirado no clima de crise, Rober apresentou uma coleção bastante apocalíptica. A linha conta a história de duas mulheres: a muito rica que precisou vender tudo porque ficou pobre; e outra moderninha, que comprou as roupas da mulher que faliu e adaptou ao seu estilo pessoal. Destaque para a mistura de materiais, como pele fake e tafetá de seda.

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