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Tudo sobre a expo que homenageia a carreira de Jean Paul Gaultier, em Paris

Por Kênya Zanatta, para a Harper’s Bazaar

Seja na alta-costura ou em escrachadas manifestações fashion pop (ele é o criador do icônico espartilho com bojos cônicos usado por Madonna na turnê Blonde Ambition), o estilista francês Jean Paul Gaultier, eternoenfant-terrible da moda, apresenta, desde o início dos anos 1970, coleções vanguardistas e irreverentes. Das ruas de Paris para as passarelas, sempre combinou uma observação quase antropológica da sociedade com uma imaginação delirante, questionando as fronteiras arbitrárias entre culturas e sexos. Essa ousadia fashion-social-artística chega este mês à capital francesa em forma de exposição, que leva seu nome, a mesma que já atraiu mais de 1 milhão de visitantes em nove cidades desde 2011.

A Paris, a mostra vem com instalações concebidas especialmente para o Grand Palais, na avenida Champs-Elysées. São 175 modelos de alta-costura e prêt-à-porter, criados entre 1976 e 2014, que permitem apreciar a audácia, a criatividade e a coerência de sua trajetória. Uma das grandes atrações são os manequins com rostos animados em vídeo, em um efeito lúdico e poético. O próprio costureiro e seus amigos, como a soprano Suzie Leblanc, emprestaram suas imagens e vozes para o projeto.

A mostra traz as referências à estética sadomasoquista que o tornaram conhecido, mas revela também uma vertente mais clássica de seu trabalho, marcado pelo extremo virtuosismo na execução das peças. Entre rebeldia punk e elegância parisiense, sempre defendeu uma moda que não imponha padrões, mas valorize as diferenças. Tanto que botou na passarela modelos muito pouco convencionais, desde amadores de todas as idades até personalidades como a cantora de formas fartas Beth Ditto e Conchita Wurst, travesti que se tornou famoso ao vencer o concurso musical Eurovision 2014. Até 3 de outubro.

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