As vesperas do inicio da semana de moda carioca, RG foi ter com Eloysa Simao, socia da Dupla Assessoria, empresa que organiza o Fashion Rio.
RG: Qual expectativa da organizacao do evento para esta edicao do Fashion Rio?
Eloysa Simao: Confirmar o sucesso de nossa proposta, que procura conjugar a passarela com os negocios. Temos crescido, todo ano, uma media de 15% na venda de todos os estilistas que participam do evento, no atacado. E, no varejo, esse crescimento tem sido de cerca de 30% ao ano. Se levarmos em consideracao que o consumo de moda da classe A e B no Brasil nao tem crescido, isso certamente significa um ganho de mercado. Alem disso, temos revelado grandes talentos da moda nacional, e acrescentando um novo frescor as propostas ja existentes; acho que essa e, inclusive, uma vocacao do Rio do Janeiro. E e o que esperamos que aconteca: alguma grande e boa revelacao de um novo talento ou uma grande virada de alguma marca.
RG: A saida de marcas como Reserva do calendario e encarada como um processo natural? Qual a posicao do evento em realcao a esse exodo de marcas rumo ao SPFW?
ES: Acho os movimentos naturais. Da mesma forma que marcas que desfilam em outros lugares nos procuram porque querem mudar… Nossa estrategia e trabalhar para o crescimento da moda nacional. Nosso principal objetivo nao e competir com ninguem, mas fortalecer a industria nacional. E isso, ninguem pode contestar, nos fazemos desde 1992. Os numeros que mostram o crescimento de todas as marcas do evento, do mercado do Rio de Janeiro e das nossas exportacoes falam mais do que tudo. E sao numeros auditados por instituicoes governamentais. Nao e achismo, nem revelacoes. Sao numeros levantados pelo BNDES, pela FIRJAN, pela ABIT e pelas instituicoes economicas que trabalham conosco.
RG: O Fashion Business e o grande trunfo do Fashion Rio?
ES: O grande trunfo do Fashion Rio e o Rio de Janeiro, o grande cartao de visitas do pais. E uma marca capaz de agregar valor a todo produto e de elevar o produto made in Rio a categoria de produto de exportacao com maior valor individual. Isso significa agregacao de valor. O Fashion Business, com certeza, contribui para esse sucesso, porque nao deixa ninguem esquecer que a imagem e os negocios tem que sempre estar como o salao de desfiles e a tenda de negocios: lado a lado. E permite ao lojista assistir aos desfiles sem o desconforto dos translados longos e complicados
RG: Como o Fashion Rio encara a criacao do Rio Summer, do Nizan?ES: Como um evento que nao compete conosco e que tem proposta diferenciada.
RG: Quais os desafios da moda carioca neste momento?
ES: Os desafios sao os mesmos de toda a moda brasileira. O Fashion Rio nao e um evento carioca, 60% dos participantes sao de outros estados e os desafios sao os mesmos para todos: achar um preco justo para a roupa, um preco real, competitivo internacionalmente.
RG: O que a Sra. destaca de novo nesta edicao do evento?
ES: Todo evento de lancamento de moda tem as colecoes destacadas como a grande atracao do evento. Alem disso, acho que os fashion containers – uma instalacao que pretende mostrar novas formas de apresentar moda – serao um grande sucesso. E nosso tema: Repensar, Reciclar, Renovar e, tambem, uma provocacao. Precisamos achar uma tecnologia que permita a reciclagem com um preco competitivo e viavel para um setor dinamico como a moda.
RG: Ha novos veiculos internacionais cobrindo esta edicao do Fashion Rio?
ES: Teremos, pela primeira vez, uma representante do “Financial Times” cobrindo o evento. A jornalista Fiona Harkin vira ao Rio acompanhar a abertura de lancamentos primavera-verao.