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Ludmilla, Ivete, Maria Rita: artistas brasileiras roubaram a cena no Rock in Rio 2022

Mulheres brasileiras foram destaques do festival, que reúne grandes nomes nacionais e internacionais – Fotos: Marcelo Paixao, Marcelle e Blínia

O Rock in Rio reúne alguns dos principais artistas internacionais, que atraem milhares de pessoas todos os anos para ouvir ao vivo alguns dos maiores hits da história da música. Na edição deste ano, artistas de fora do Brasil, como Justin Bieber, Dua Lipa e Guns N’ Roses, estavam entre as atrações mais esperadas.

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Vários nomes brasileiros, no entanto, roubaram a cena, levando a um dos maiores festivais de música do mundo ritmos nacionais como samba, axé, funk, MPB e pagode. Em especial, as artistas mulheres se destacaram. Ludmilla, Ivete Sangalo, Maria Rita e Luísa Sonza são só alguns dos nomes que promoveram verdadeiros espetáculos. 

Entre os destaques do Rock in Rio 2022, impossível deixar de falar de Gloria Groove, que fez história ao se tornar a primeira drag queen com um show solo no festival. Durante sua performance, ela agradeceu à cultura drag queen e homenageou outros grandes nomes brasileiros, incluindo covers de Pitty e Cássia Eller.

Abaixo, veja uma lista (que não está em ordem de importância) só com artistas nacionais de alguns dos melhores shows do festival e saiba como foram as apresentações.

Ludmilla

Ludmilla – Foto: @marcelopaixa0

Com um show milionário – literalmente, já que ela investiu R$ 2 milhões, com direito a mudanças na estrutura do palco –, a artista fez uma retrospectiva seus dez anos de trajetória e ainda celebrou outras mulheres negras da música brasileira no último dia de festival. Ela convidou ao palco Tati Quebra Barraco, MC Soffia, Majur e Tasha & Tracie, em um espetáculo que promoveu vários gêneros musicais brasileiros – assim como faz Ludmilla em sua carreira –, como funk, MPB e pagode, ritmo que ela adentrou com os álbuns “Numanice” e “Numanice 2”. Para a alegria dos fãs, ela ainda cantou o hit Maldivas, acompanhada da esposa Brunna Gonçalves, que já integrou o corpo de baile da artista.

Ivete Sangalo

Ivete Sangalo – Foto: @marcelle

Uma das maiores cantoras da história da música brasileira, Veveta também fez parte do encerramento do festival no domingo (11.09). Ela agitou os fãs com seus muitos sucessos, incluindo hits dos anos 2000 e 2010, como “Tempo de Alegria”, “Festa” e “Poeira”. Na plateia, não havia ninguém parado quando ela dizia seu famoso “tira o pé do chão!”. A apresentação promoveu uma gama de sentimentos, dos sorrisos euforia às lagrimas de emoção em baladas como “Quando a Chuva Passar”. Ela cantou essa faixa com seu filho Marcelo, de 12 anos, no piano e ainda derramou declarações sobre ele que fizeram o público derreter. “Mamãe nasceu para esperar por você”, disse a baiana.

Maria Rita

Maria Rita – Foto: @blinia.m

Seu show foi mais vazio do que outros que ocuparam o palco Sunset, mas quem estava na plateia não tinha olhos nem ouvidos para outra coisa que não a potência de Maria Rita. Ela levou o samba para a cidade do rock e fez os fãs, encantados com o fenômeno que estava em sua frente, dançarem e cantarem sucessos como “Cara Valente” e “Desse Jeito”. Ela ainda fez um cover de Clara Nunes em “Canto das Três Raças” e de sua mãe, Elis Regina, com “O Bêbado e a Equilibrista”.

Luísa Sonza

Luísa Sonza – Foto: @annekarr

Apesar de ter feito um dos primeiros shows do palco Sunset no dia em que se apresentou, ela conseguiu lotar a plateia e fez um espetáculo digno de Rock in Rio. Seu show impressionou ao passar por vários gêneros musicais, mostrando a versatilidade da artista, incluindo rock, baladas lentas, funk e pop trap. Além de seus sucessos como “Penhasco”, “Melhor Sozinha”, “Cachorrinhas” e “Anaconda”, ela trouxe um cover de “1° de Julho”, música composta por Renato Russo para Cássia Eller, em um momento mais roqueiro da apresentação. Conforme a performance evoluía, entregou coreografias dignas do título de diva pop. Apesar de algumas críticas em relação aos vocais, era difícil encontrar alguém na eufórica plateia que saiu do show duvidando da capacidade da artista.

Gloria Groove 

Gloria Groove – Foto: @marcelle

Gloria Groove fez história ao ser a primeira drag queen com um show solo no Rock in Rio. Durante sua apresentação, esse feito não passou batido. Ela agradeceu à cultura drag queen e aos “profissionais da noite” que a ensinam, inspiram e que, em suas palavras, a fizeram acreditar que uma drag queen poderia subir a um dos principais palcos do festival. Ela trouxe hits como “Leilão” e “Vermelho”, uma parceria póstuma com versos de MC Daleste, morto a tiros no palco em 2013. A faixa, que faz parte do álbum “Lady Leste”, fez o Brasil conhecer o “R” puxado típico da zona leste paulistana. Como foi comum no festival, também homenageou Cássia Eller, com um cover de “Malandragem”.

IZA

Iza – Foto: @anendfor

Em um festival cheio de primeiras vezes, IZA foi a primeira mulher negra brasileira com um show solo no palco Mundo, o principal do festival. Os fãs puderam ouvir ao vivo músicas que não saem das rádios brasileiras, como “Ginga”, “Gueto”, “Pesadão” e “Meu Talismã”. A cantora fez uma homenagem emocionante a outras mulheres negras brasileiras, com trechos de Zezé Motta, Sheron Menezzes, Djamila Ribeiro, Taís Araújo e Majur passando no telão. Ao final, a artista foi coroada por sua mãe, Isabel Cristina, um momento símbolo que, sem precisar de palavras, falou sobre a potência da ancestralidade.

Liniker

Liniker – Foto: @marcelle

“Hoje é sobre ser excelente”, anunciou Liniker ao abrir a primeira apresentação do palco Sunset no último dia de festival. Ela cumpriu com o prometido, ao entregar um espetáculo eletrizante repleto de hits como “Zero”, “Baby 95” e “Diz Quanto Custa”, acompanhada de uma banda de 12 músicos, entre percussão, metais, teclado, cordas e backing vocals. Ela ainda convidou ao palco a cantora e compositora Luedji Luna, com quem apresentou “Banho de Folhas”, queridinha do público. Liniker ainda falou sobre representatividade na arte e a potência de sua apresentação: “É o que dizem que pessoas pretas, travestis pretas, mulheres negras não podem fazer. E a gente pode”.

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