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Mostra “Tragédia!” reimagina fatos históricos à luz do bicentenário da Independência

Obra sem título, 1983, de Ivens Machado, integra a exposição “Tragédia!”, em São Paulo

A galeria Fortes D’Aloia & Gabriel abre neste sábado (20.08) a mostra coletiva “Tragédia!”, com curadoria de Raphael Fonseca, em São Paulo. A exposição joga de forma não-linear com os elementos que compõem a tessitura de três fatos históricos – um terremoto na cidade de Mogi Guaçu em 1922, a ansiedade pelo modernismo e a tensão em torno das eleições presidenciais deste ano. São mais de 30 trabalhos que versam sobre um mundo que, quando olhado em detalhe, nos convida a observar suas rachaduras e gozar de seu caráter trágico.

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Esta exposição se interessa pelo diálogo entre diferentes gerações de artistas – é nessa conversa intergeracional que percebemos os ecos que constituem uma certa história recente da arte contemporânea e das artes visuais no Brasil.

As obras são de Adriana Varejão, Anderson Borba, Carla Chain, Felipe Abdala, Gabriela Mureb, Gilson Plano, Ivens Machado, Lucas Emmanuel, Mateus Moreira, Mayana Redin, Renato Pera, Rivane Neuenschwander e Sonia Andrade.

“Meio miolo de parede I”, 2022, de Mayana Redin

O ponto de partida é o terremoto que fez a cidade de Mogi Guaçu, em São Paulo, tremer em 1922 e entrar no noticiário nacional Este era, até então, o maior tremor de terra que já havia afetado o território brasileiro, com 5,1 graus na escala Richter. O episódio, supostamente, não contou com fatalidades e o sismo foi sentido num raio de aproximadamente trezentos quilômetros. Aproximadamente duas semanas depois desses acontecimentos, no Teatro Municipal da capital paulistana, foi aberta a Semana de Arte Moderna.

“A chuva”, 2021, de Gilson Plano

A exposição acontece a partir desses eventos e de alguns questionamentos que eles suscitam. E se este terremoto tivesse devastado São Paulo? E se não houvesse sobrado um fragmento sequer do Teatro Municipal? E se essa turbulência tivesse levado a população a questionar o sentido de celebrar o centenário da Independência do Brasil? Como reler estes fatos às vésperas das ansiadas e temidas celebrações de um bicentenário da Independência a ocorrer a menos de um mês das eleições presidenciais? Com essas interrogações, a mostra reimagina os possíveis efeitos de fatos históricos em relação com a atualidade.

A galeria Fortes D’Aloia & Gabriel está localizada na rua James Holland 71, na Barra Funda, em São Paulo. A exposição “Tragédia!” fica em cartaz até 15 de outubro.

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