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Sesc Mogi das Cruzes tem abertura marcada para 6 de novembro

Escala cromática do rio Tietê (da série: A margem) – Foto: Divulgação

A nova unidade do Sesc São Paulo, localizada em Mogi das Cruzes, abre para o público a partir do dia 6 de novembro com a exposição Ausente Manifesto: ver e imaginar a arte contemporânea. A curadoria é de Cauê Alves, curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo), e Pedro Nery, museólogo da instituição. A mostra também reúne 35 obras do acervo do museu e de seu clube de colecionadores.

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As obras escolhidas são de artistas contemporâneos que transpõem as divisões sedimentadas das linguagens artísticas, trazendo à tona um jogo entre desenho e instalações, vídeo e imagem, fotografia e representação. A ideia é criar uma oportunidade de aproximar o público amplo e diverso do Sesc da arte contemporânea.

Integram a exposição artistas como Adriana Varejão, Fabrício Lopez, Gabriel Velarde, Cinthia Marcelle, Coletivo Garapa, Mídia Ninja, Regina Silveira e Thiago Bortolozzo.

Ruas de junho, Mídia Ninja – Foto: Divulgação

De acordo com os curadores, a mostra trata da natureza simbólica que a coleção é capaz de abrigar. “Obras metalinguísticas que abrem acesso ao problema central do acervo de um museu, e da própria produção contemporânea, que está empenhada em diluir as divisas das linguagens e da separação com o mundo exterior enfrentando problemas conceituais e da consciência do que é fazer arte.”

Os trabalhos selecionados ganham concretude a partir do olhar do público, como no caso da obra de Regina Silveira que projeta uma sombra de um móbile de Alexander Calder esparramando pela parede, distorcendo a peça que está ausente. Ou “Mácula”, de Nuno Ramos, que mostra uma foto tirada diretamente para o sol, um halo de luz com inscrições em braile, criando visualidade de uma experiência primordial de significação.

“Falar do que não está presente é, na verdade, o tema central do museu. Os objetos expostos, guardados e preservados, estão lá por seus valores simbólicos, por exemplo, um simples lápis quando entra para a coleção de um museu, deixa de servir à escrita e passa apenas a atender ao olhar do visitante.”, comentam os curadores.

Pindorama – Foto: Divulgação

A exposição reforça um caráter inusitado, e por vezes irônico, da arte contemporânea em deturpar a lógica de representação dos objetos que são reconhecidos por suas utilidades, estabelecendo, dessa forma, uma ordem diferente entre o que é representar e criar. A arte é produtora do simbólico de nascença, ou seja, quando criada ela não tem uma utilidade prática.

O novo Sesc de Mogi das Cruzes tem um espaço de 27.287 metros quadrados e ocupa um terreno onde funcionava um Centro Desportivo do município. As visitas podem ser agendadas gratuitamente por meio do site do Sesc SP.

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