“Ribonds par les pôles” – Foto: André Morin
Artista suíço radicado em Paris, Felice Varini, expõe pela primeira vez no Brasil ocupando os espaços do Instituto Artium. A intervenção artística tem obras híbridas que misturam cenografia, pintura e fotografia, abrindo inúmeras possibilidades para o público observar a cidade, o edifício e o próprio espaço cultural de outras formas.
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Para a mostra, o artista visitou previamente o Instituto Artium e a partir de alguns estudos pensou em quatro instalações inéditas. “Zig Zag De Quatorze Triangles”, “Doubles Cercles Concentriques”, “Sept Arcs De Cercles” e “Douze Petits Disques Dans Le Grand”, que ocuparão a fachada externa do edifício e três de suas salas.
“Quatorze Triangles percés/penchés” – Foto: André Morin
Em suas criações, Varini projeta um plano no espaço que gira em torno de formas geométricas simples, como o círculo, o quadrado, a elipse, o triângulo – às vezes sólido ou vazado -, pintado em cores primárias. Neste ponto focal, a forma parece flutuar como que levitando sobre a arquitetura que a acolhe.
À medida que o espectador se move, a forma bidimensional se desfaz, estende-se para estourar em dezenas de “pedaços de tinta” que se atomizam no espaço tridimensional e cobrem as paredes, o teto, o corrimão da escada, entre outros espaços. O olhar sobre o ambiente é transformado e o observador então redescobre a arquitetura do lugar devido a essa nova informação pictórica.
Segundo Varini, em suas obras, o ponto de vista é importante, pois a pintura atinge todo seu potencial quando o observador se posiciona em um espaço privilegiado. Ao sair dele, a obra gera infinitos pontos de observação. “Não é, portanto, por meio desse ponto de vista original que vejo o trabalho realizado. Ele ocorre no conjunto de pontos de vista que o observador pode ter sobre ele”, comenta.
O curador da mostra, Franck Marlot, ressalta que a exposição dá ao visitante a possibilidade de captar o local com uma visão totalmente nova. “É uma oportunidade para todos questionarem a realidade e a ficção do espaço arquitetônico e serem atores da própria experiência”, diz ele, além de destacar o trabalho do artista e sua equipe combinando pintura e anamorfose nas instalações originais.
Artista Felice Varini – Foto: André Morin
“Trabalho in loco cada vez em um espaço diferente e meu trabalho se desenvolve em relação aos espaços que encontro. Começo a construir minha pintura a partir de uma situação. A realidade nunca se altera, se apaga ou se modifica, ela me interessa e me seduz em toda a sua complexidade. Eu trabalho aqui e agora”, reforça Varini.
A intervenção artística ocupa o espaço a partir de 11 de novembro e fica até 25 de janeiro. Com entrada gratuita, as visitas acontecem de terça a domingo, das 9h às 18h.