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“Uma pessoa pública precisa passar mensagens importantes”, diz Julia Konrad

Formada em em teatro musical pelo conservatório Amda, em Nova York, a atriz e cantora Julia Konrad é daquelas pessoas que a gente gosta de encontrar, pela simpatia e por seus projetos pessoais.

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Sua carreira começou cedo, faz teatro desde criança, e seu primeiro trabalho profissional foi logo depois de se formar, em Nova York, como uma das protagonistas do longa “Allure”, do diretor sérvio Vladan Nikolicic. “O filme não tinha roteiro, apenas um esqueleto das cenas, e todo diálogo era improvisado. Foi uma experiência incrível. Era o auge do movimento Occupy Wall Street, e o filme retrata a vida de cinco mulheres. Vivi uma jovem mexicana ilegal, que trabalhava em vários lugares diferentes para sustentar a mãe doente”, conta.

A atriz já tem uma boa lista de trabalho em sua carreira. Fez “Malhação” e “O Sétimo Guardião”, na TV Globo, “Um Contra Todos”, da FOX, “(Des)encontros”, da Sony. Já na telona, encabeçou projetos como “Paraíso Perdido”, de Monique Gardenberg, e “Kardec”, de Wagner de Assis. “Em cada um desses formatos tive a oportunidade de explorar personagens com as mais diversas nuances, desde uma guerrilheira, na Fox, até uma médium considerada a reencarnação prévia de Chico Xavier, em “Kardec”, agora na Netflix.

Mas se a carreira de atriz ia muito bem, obrigada, Julia não se acomodou em tocar outras frentes de seu interesse, como a música. Sempre presente em sua vida, desde sua formação em Nova York, ela encarou seu primeiro trabalho na TV como uma cantora, em “Geração Brasil”. “A Ciça, de “Malhação”, também cantava. Acho que por ser formada em teatro musical, a música sempre fez parte da carreira de atriz de um jeito muito orgânico. E eu sou completamente apaixonada pela atuação ligada ao canto. Isso, de fato, me completa na profissão”, explica.

Apesar de levar a música como um projeto paralelo, e estar muito focada na carreira de atriz, Julia diz que há muita coisa acontecendo, e, aparentemente, ela não quer deixar nenhuma oportunidade de se entregar de fora.

“Estou muito focada nos meus projetos como atriz, tem bastante coisa acontecendo. A música também é um projeto importante, porém paralelo. Fico feliz com a oportunidade de poder trabalhar com o que eu amo e ir, aos poucos, como é meu propósito, amadurecendo cada projeto.”

Ativa nas redes sociais, Julia gosta de se colocar como pessoa e como artista. Ela sabe de seu papel na sociedade e do poder que suas palavras podem ter como uma pessoa pública. Portanto, tenta se expressar em vários temas, sobretudo nas questões que envolvem as pessoas hoje, em um País que tantas reviravoltas vem passando, embora seja positiva em suas ideias. Diz-se esperançosa, embora, às vezes, impressionada com “tanta barbárie diante dos nossos olhos”, e segue fomentando discursos nos quais acredita serem urgentes e importantes.

“Como mulher e artista, me vejo no desejo de expressar, exteriorizar sentimentos, falar do que vejo, do que sinto, do que me incomoda. E uso também minhas redes sociais para isso. Acredito que se uma pessoa pública tem consciência do alcance que sua voz pode ter, ela precisa passar mensagens importantes.”

Feminista convicta, a atriz se envolve em causas em que este assunto está em pauta, e acha extremamente importante falar sobre isso. “Porque há muita gente que distorce o discurso e acha que mulheres querem alcançar o ‘tom’ de superioridade diante dos homens, e não é disso que fala o feminismo, e sim sobre a igualdade e equidade de gênero. Eu acredito que a cada vez que nos levantamos para debater questões sociais importantes, com certeza, o mundo vai se abrindo para reflexões, que geram atitudes positivas, que influenciam grupos, estados, nações”, comenta.

Linda, ela não tem muitos segredos de moda e beleza, gosta de fazer seu próprio make, embora esteja em um momento em que prefere estar de cara limpa.

“Para mim, moda é um veículo de expressão. Ao mesmo tempo em que é divertido,  uma brincadeira, pode ser levado também como posicionamento em diversos temas. Estou numa fase de usar pouco make, não me esconder tanto atrás dele. E quando uso, eu mesma faço, e gosto de brincar, fazer um delineado diferente, algum traço inusitado ou colorido.”

Fotos: Adriano Damas;
Make: Vicente Lujan;
Stylist: Juliano e Zuel.

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