Pela primeira vez na história, músicas no formato digital superaram as vendas de formatos físicos na indústria musical. O feito foi puxado pelo desempenho de plataformas de streaming como o Spotify e Apple Music, que tornaram-se a principal fonte de receitas do mercado.
De acordo com o relatório Global Music Report 2018, produzido pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), as receitas oriundas dos serviços de assinatura de música online somam US$ 5,6 bilhões, uma fatia correspondente a 38% do mercado em 2017. Em 2016, os números eram equivalente a 26% dos dividendos da indústria musical.
Ao todo, os números da música digital (incluindo serviços de streaming, YouTube e plataformas de download como o iTunes) correspondem a 54% das fontes de receita geradas a partir de gravações musicais em 2017. Por outro lado, a venda de mídias físicas caiu 9% em relação ao período de 2016, o desempenho comercial de CDs e LPs seja equivalente a 30% das vendas no mercado global.
A música digital ajudou, por mais uma temporada, a puxar a retomada da indústria musical, que cresceu pelo terceiro ano consecutivo em 2017, com vendas na casa dos US$ 17,3 bilhões em 2017 – um aumento de 8,1% em relação ao período anterior. Os maiores crescimentos foram registrados na China (35,3%) e na América Latina (17,7%).
O Brasil, apontado pelo relatório da IFPI como o 9° maior mercado de vendas de música em 2017 (EUA, Japão e Alemanha compõem o top 3), apresentou um crescimento de 17,9% no ano passado. Os números impressionam vistos em contexto: em 2016, o mercado do país teve uma queda de 3%.
Apesar dos números, a saúde financeira da indústria musical continua distante de seus anos dourados. As vendas de música em 2017 equivalem a apenas 2/3 dos tempos áureos registrados em 1999, quando serviços de compartilhamento como o Napster começaram a surgir.