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“Não vou falar mal de ninguém para parecer engraçada”, diz Marisa Orth, que estreia espetáculo em SP

Por André Aloi

Além das gravações de “Haja Coração”, Marisa Orth se prepara para mais uma temporada à frente de uma banda. É o especátulo “Romance – Volume III – Agora Vai!”, cuja estreia está prevista para acontecer no Auditório do Ibirapuera, neste domingo (31.07), às 19h. Segundo a atriz, é um prazer voltar ao palco com musicalidade, humor e improvisos.

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Marisa não se acha gabaritada para cravar o que é inadmissível no humor. Mas ensaia uma teoria: “Não precisa valar mal de ninguém pra ser engraçado. Falar mal da pessoa, não precisa. Mas de resto, você enquanto ser humano, pode distribuir carapuças”, brinca.

A viagem fala das delícias e dores de histórias de amor. Apresentam-se ao seu lado Marco Camarano (guitarra), Hugo Hori (sopros), Paulo Bira (baixo acústico) Carneiro Sândalo (bateria) e Xuxa Lexy (teclados), que também assina a direção musical. “É um show com banda. No meio tem stand-up, cenas com a plateia, mudanças de cenário e figurino”, explica. A direção é da própria artista com Natalia Barros.

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O repertório começa com músicas que ela gosta cantar, assim como foi com os volumes anteriores e ficou cinco anos fazendo turnê. “Sem perceber, escolhi músicas que têm uma narração em primeira pessoa. Falam coisas como ‘não vou mais chorar’. Eu estou falando, não é ‘um banquinho e um violão’…”, fala, entoando uma melodia. “Percebi e a gente montou, sem pretensão, um jeito de ir contando histórias em que uma canção sucede a outra, tem um fio condutor”.

Tem músicas de Caetano Veloso, Erasmo Carlos e Marina Lima, além de faixas como “Você não Vale Nada”, de Dorgival Dantas, e “Ciúme de Você”, de Luiz Ayrão. O setlist ainda inclui canções estrangeiras, como “I Feel Love”, de Donna Summer, “Baby Come Back”, de Player. “Queria um show, mas impossível não ter dramaturgia nem números de plateia”, endossa, rasgando elogios à incrível banda.

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Ela fala que romance é definitivamente um assunto que une a grande maioria das pessoas. Se tem alguma música que ela não cantaria? “Milhões”, brinca, mas não vai ficar dedurando. “Não consigo ser descorreta, fazer avacalhação. Romance é a unica saida, porque você pode rir da sua própria cara. Porque a gente sabe que vai sofrer e não vai ser a ultima vez. Com isso, tento não ser politicamente correta”.

Para finalizar, ela fala que o espetáculo é irreverente e tem glamour. “Quem está apaixonado, baixa a bola, quem está deprimido, sente-se esperançoso. É um exercício, um um prazer”.


TEATRO MUSICAL
Com alguns espetáculos musicais no currículo, destaque para “Família Adams”, adaptação brasileira da Broadway, e “Uma Mulher À Beira de Um Ataque de Nervos”. Ela deixa claro que o projeto que estreia no Auditorio Ibirapuera é ela com uma banda. Mas ela acredita que esse ramo é uma saída para muitos jovens, que tem se preparado especificamente para o teatro musical. “Meu caminho foi diferente, me sinto novata nos musicais da Broadway”.

No palco, ela fala que não consegue ficar quieta, por isso aposta nesse formato em que pode fazer de tudo um pouco. “Musical é teatro com música ou música com um pouco de teatro. Essa é a diferença. Acho o maior barato, um gênero com a cara do Brasil. Tem espetáculos nascidos brasileiros, que são superaceitos. Brasil ama música, é um jeito eficiente para atrair pessoas para o teatro. É muito legal porque o brasileiro não tem tradição de ir ao teatro”.

HAJA CORAÇÃO
Estar ao lado de Mariana Ximenes na sua quinta novela, a das 19h, na Globo, para ela tem sido muito gostoso. “Ela é maravilhosa, grande atriz. É muito experiente em novelas, já fez umas 14, muito fera. E ela está arrasando! Fazemos o NP (núcleo pobre) e acho ótimo. É trabalhoso porque muda cenário, a gente bate perna, e está sendo divertidíssimo”, revela.

As cenas estão fluindo bem, está sendo ótimo, segundo a atriz. “Não quero nem falar porque vai que dá errado?”, ri. “Pra mim, é muito interessante essa novela. Tenho bastante paciência, tem um lado difícil pra essa coisa de fábrica, ir pra lá de segunda a sábado. É como redação de jornal, tem que estar lá”.

Como interpreta uma feirante na novela, será que ela tem tempo de ir, pelo menos de vez em quando? “Tem uma feira do lado de casa, pego a ponta da feira pra pegar pastel. Não vou comer todo dia, mas de vez em quando…”. Quando está no ar, sua rotina de treinos muda, mas tenta fazer algum treino físico o mínimo que seja. “Natação, corrida, estou tentando treinar de duas a três vezes por semana. Porque a luta continua. É algo que faço com muito prazer, uma delícia, pelo menos uma hora e meia”, pontua.

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