Por Lúcio Ribeiro, da Harper’s Bazaar
Se um E.T. caísse na Terra e, de alguma forma, se interessasse por música contemporânea, ao olhar a atual cena norte-americana ele iria achar que rock é coisa de mulher. Um considerável time de ladies, líderes de bandas, grandes instrumentistas, letristas e/ou compositoras musicais, como St. Vincent, Jenny Lewis, Angel Olsen, Sharon van Etten, Zola Jesus e Lana Del Rey, faz bonito em vendagem de discos, festivais, programas de TV e rádio nos EUA e na Europa.
E, nessa onda de festivais internacionais que têm sacudido o Brasil, dificilmente deixaremos de vê-las por aqui num futuro bem próximo.
Uma dessas mulheres peculiares, em especial, tem uma presença marcante e feitos notáveis para quem, há poucos anos, era backing vocal de uma banda indie desconhecida. Annie Clark, mais conhecida pelo nome artístico St. Vincent, 31 anos, fora a voz deliciosa, é guitarrista incrível. Seus movimentos no palco são teatrais, e os cabelos e os figurinos a transformam em figura magnética. Para muito além da música que toca, é impossível tirar o olho dela.
Folk-fofura
St. Vincent é só a ponta do movimento que enche a música independente de mulheres. Que o diga Sharon Van Etten, cantora e guitarrista que decolou nos EUA com o lançamento de seu quarto álbum, Are We There, no final de maio. Nick Cave e os caras do The National são fãs declarados da moça.
Outra bela do rock que levou o folk para o indie, a cantora Angel Olsen é mais uma daquelas que faziam backing vocal e só. Mas já está no segundo disco (o álbum Burn Your Fire for No Witness), e suas canções de amor pintadas de rock sujinho são de machucar.
Já Jenny Lewis, conhecidinha por ter banda (Rilo Kiley), uma dupla com o namorado (Jenny and Johnny) e ter atuado no seriado SOS Malibu, tem ido longe com seu terceiro álbum, The Voyager, lançado no final de julho de 2014. Ela tirou o movimento rocker feminino dos meandros indies: seu álbum não só chegou ao top 10 dos mais vendidos como virou o disco de vinil mais consumido dos EUA.