Carol Dalfarra e Muato – Foto: Divulgação
Artista múltiplo (ele canta, compõe, atua, produz, pesquisa, escreve roteiro, toca violão de oito cordas e outros instrumentos, faz percussão vocal e corporal), Muato vem há um tempo se dedicando a criar os videoclipes de um projeto que ele batizou como “AfroLove Songs ou A Canção Urbana de Amor Política”, com mais cinco lançamentos previstos até agosto. O próximo, lançado nesta sexta-feira (16.04), é o single “Me respirar”, parceria dele com a rapper e poeta Carol Dalfarra.
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Em paralelo, Muato fará uma intervenção artística na cidade, colando trechos de suas composições no cenário urbano por meio da técnica popularmente conhecida como lambe-lambe – com arte de Alonso Martinez e logomarca de Raquel Alvarenga. Pelos muros cariocas, estarão espalhadas frases como “Eu não tenho um sonho, eu tenho um plano” (que faz uma jogada com o famoso discurso de Martin Luther King), “Viver o amor é um pós-guerra” e “O sol tipo flecha na fresta aquece na alma o que resta”, rabiscadas neste contexto pandêmico.
“A ideia é povoar a cidade com uma poesia reflexiva. Essas frases propõem uma relação sensível e, ao mesmo tempo, prática com as nossas emoções. Deslocar o amor de um lugar romântico e convertê-lo em ações é um lance bem forte no projeto”, pontua.
Muato mandou rodar 400 impressões – entre elas um painel de cinco metros por 1,5 metros, que ficará visível em um muro no Maracanã, e as outras no formato A3. Pensa em colar perto de cem no mesmo paredão a fim de causar mais impacto visual.
É tudo música preta
No single, Muato e Dalfarra criam uma abordagem poética e direcionam o olhar às questões político-sociais e amorosas. Ela foi convidada a enxertar versos num espaço que Muato abriu no meio da composição, que ele fez para um antigo affair.
“Investimos num flerte entre a canção brasileira, o hip hop, o pop e o jazz”, diz ela. “É tudo música afrodiaspórica contemporânea, é tudo música preta”, afirma ele, sempre com o olhar voltado para o futuro.