Por Victória Konrath
Semana passada inteira foi balançada pelas mais diferentes tendências do mundo da moda em Paris, na semana de moda da cidade. Com desfiles de grandes marcas como Dior, Saint Laurent, Balmain, Givenchy, Hermès, Miu Miu e muitas outras, a cidade ficou infestada de influenciadores, celebridades, imprensa e fotógrafos. Um deles, que acompanhou esse momento de perto, foi Higor Blanco.
“Dior é um dos primeiros desfiles da semana de moda em Paris e é o mais aguardado, o mais esperado. É supericônico, sempre cheio. Muita gente vai para ver, inclusive chineses e coreanos, que são muito fortes aqui. Essas pessoas vão um pouco extravagantes para chamar a atenção, até fazer algum protesto e centralizar o foco do fotógrafo de outra maneira. A porta fica cheia de fotógrafos, tanto para pegar a marca Dior, quanto o estilo das pessoas”, conta. “A porta é muito imprevisível, sempre vai ter tudo.”
Mas esse universo já é frequentado por Blanco há anos. Acostumado a fazer cliques de celebridades em diversos momentos e eventos, a primeira vez em um desfile internacional foi a convite da Ana Paula Siebert e Lu Tranchesi, na sua primeira semana de moda, que aconteceu em Milão e Paris, em setembro de 2018.
“Mas toda semana de moda é especial, até por questão de Paris e Milão serem cidades imprevisíveis. Fevereiro é um pouco mais frio, mas o céu azul deixa as fotos belíssimas. Em setembro, Paris fica um pouco mais nublado, mas é um lugar que respira moda e arte. Toda essa cidade traz isso. Então tudo é memorável. E a minha primeira vez, quando fotografei a Flávia Alessandra para a Balmain, a gente pegou um dos pores do sol mais lindos que já vi em Paris.”
E mesmo que tudo seja mil maravilhas, não dá para ir para lugar chique e não passar perrengue, né? “Em 2020, saindo de um desfile da Dior com a Helena Lunardelli, a gente pegou uma chuva que até o nosso guarda-chuva foi voando com o vento. Foi bizarro”, lembra o fotógrafo.
Segundo ele, têm muitas pessoas que vão para a porta do desfile para serem fotografadas. Pode meio que ser uma competição de ego, ou estilistas mostrando o seu trabalho. “Acho que os estilistas acabam ficando de olho nessas fotos de street style. Existem pessoas bizarras, mas também existem pessoas que levam estilo e moda para às ruas. É bizarro porque as pessoas se produzem, saem e só ficam na porta do desfile, para chamar a atenção.”
De acordo com Blanco, como tem muitos fotógrafos, para você chamar a atenção, é preciso estar quase que com uma melancia na cabeça. Não são uma ou duas pessoas, são 20 pessoas, 30 que estão ali e ficam na frente dos desfiles para serem fotografadas. Algumas podem fazer por algum protesto e outras porque é o estilo delas.
“Mas o bizarro é o fato de que as pessoas se produzem e saem para simplesmente ficar na porta do desfile, sendo que não estão indo para o desfile, não vão entrar no desfile – só para ser fotografado mesmo. Eu, por exemplo, não faria isso”, finaliza.