Amir Slama, estilista que é nome do beachwear, usou toda sua expertise e talento na moda para comentar como anda o homem brasileiro em questão de consumo. O estilista, que tem como referência sua marca homônima, Amir Slama Store, diz que o segmento masculino está em expansão e que os homens deixaram de ser tão clássicos e passaram a optar por estampas e mais cores ao longo dos anos.
Segundo ele, o brasileiro passou a arriscar mais. E isso é algo global, pois o brasileiro se alinha com os consumidores que ele tem em outros países. “O consumidor de hoje é moderno, exigente, tem informação e busca inovação. Seja nos cortes ou nos tecidos”, diz.
Leia a seguir o papo que RG teve com o estilista.
Para quem não sabe quem é Amir, conta um pouquinho para gente.
Bom, trabalho com moda já há algum tempo. Eu me formei em história e comecei a olhar para moda como uma forma de expressão. O corpo do brasileiro (a) sempre me fascinou. Acredito que a mistura cultural e racial, única no Brasil, formou uma identidade própria.
Amir você produz peças tanto para elas quanto para eles, mas hoje nós gostaríamos que você desse enfoque ao público masculino, pois esse é um mercado que vem se expandindo. O que você acha desse segmento da moda?
O mercado de moda masculino vem crescendo nos últimos anos. Um público que buscava peças mais clássicas, com predominância, no caso particular da moda praia, pelo preto, marinho e marrom, foi dando lugar a desejos por cores, e uma moda mais arrojada. Percebo que as propostas mais novas chegam para um público mais alternativo e gradualmente é absorvido pelo público geral. Os cuidados com o corpo, a boa forma e a apresentação pessoal foram deixando de ser algo apenas feminino.
Na sua próxima coleção o que o homem vai vestir? O que não pode faltar no guarda-roupa dele dentro da sua coleção?
Percebo uma vontade por peças mais amplas, quando penso em calças, camisas e camisetas. Tecidos com aspectos mais naturais, estamparia com cores vivas e uma cartela de cores que viaja dos naturais até as cores mais quentes como o vermelho e o laranja. Na praia, as sungas mais estreitas tendem a ser desejo, sem, no entanto, serem uma imposição. Percebo que nos últimos anos a construção de um estilo próprio vem crescendo, mas, mesmo assim, identifico que o homem vem se arriscando mais com as novidades. Trabalhos artesanais e manuais também farão parte da coleção.
Hoje, você prefere trabalhar e produzir para homens ou para mulheres?
Para os dois. Na realidade um complementa o outro. E aquilo que acreditava ser algo apenas feminino passou também a ser masculino.
Como você tem enxergado o homem atual? E seu consumidor do gênero masculino como é?
Homem atual, como um consumidor moderno, é exigente, tem informação e busca inovação. Seja nas matérias-primas ou nos cortes. Busca produtos que possam ser atemporais, mas também se permite usar inovações. O público masculino é mais fiel que o feminino. Se encontra qualidade e vestibilidade mantém a procura pela marca.
Um estilista como você tem propriedade para falar muito bem do mercado, quais foram as principais mudanças que enxerga nitidamente do consumidor masculino?
Como principal mudança no comportamento masculino, percebo que o se permitir mais passou a ser uma característica de um homem mais bem informado. Ele inova e arrisca em usar peças novas.
Você nota alguma diferença, ou particularidade exclusiva, do consumidor brasileiro?
O consumidor brasileiro de classe média está alinhado ao consumidor global. Como exportamos muito, noto que hoje a informação é algo presente. Peças brasileiras, que buscam traduzir a síntese de uma sensualidade comportamental e vestem o brasileiro são sucesso também nas exportações