Persistente, focado e forte. Essas são algumas das características que resumem quem é Bruno Fagundes. Aliás, não resumem: o ator possui uma personalidade tão intensa, uma vontade de crescer tão imensa e um querer bem da sociedade tão firmado em sua alma que apenas três palavras são pouco. Bruno é o futuro não só da atuação, mas também da cultura do nosso País.
Tendo em vista a posição que o paulista vem tomando com todo seu sucesso na série da Netflix, “3%”, e na peça “Baixa Terapia”, onde trabalha ao lado de seu pai, Antonio Fagundes, o Site RG escolheu a dedo o ator para ser o rosto da nossa capa digital. Bruno, que completa 30 anos nesta sexta-feira (24.05), faz história com a primeira capa, entrevista e editorial exclusivo.
A seguir, ele fala sobre sua vida e carreira. E deslize na galeria para ver o editorial lindíssimo fotografado por Karla Brights, com beleza de Paula Vida – com produtos Make LimeLife e Hair Lowell -, styling de Ariel Bretas e edição executiva de Ornaldo Casagrande.
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Quando questionado sobre quem era, Bruno deixa claro que está sempre em busca de “onde esta a diferença entre o ator civil e o ator profissional”. E ainda assume que descobrir de fato esse ponto é extremamente difícil: “é uma conversa que dá muito pano para manga, inclusive em termos psicanalíticos e em termos do trabalho, até espirituais. A linha é muito tênue entre o Bruno ator e o Bruno pessoa, e como ator, eu quero ser todos. Quero ser o que a arte quiser que eu seja. Eu tenho muita sede, eu quero fazer o que tiver ao meu alcance para exercitar a minha profissão na potência máxima”.
Ligado no 220v, ele não para: pratica esportes – inclusive há dois anos ele faz circo e treina no trapézio -, além de aula de canto, dança, e está sempre em busca de se aperfeiçoar. “Imagina se eu sou chamado para fazer um trabalho e não sei fazer alguma coisa, como dançar? Eu preciso estar pronto”, diz Bruno sobre seu preparo diário.
“Como ator, é impossível não pensar, investigar, questionar e indagar quem sou eu em minha profissão”. Para muitos, atuar é apenas mais uma profissão. Mas para Bruno Fagundes, é muito mais. Ele se questiona sobre qual é seu papel dentro do mundo no qual se insere, e o que ele pode fazer com isso para agregar na sociedade e na linha da cultura.
“Uma parte que é quase cruel do meu trabalho, é que o tempo todo eu estou pensando nisso: se estou no lugar certo, se eu estou onde eu tenho que estar, se eu estou exercendo a minha função social como artista, como artista em 2019 – que também é muito importante e muda tudo -, eu sou muito inquisitivo nesse lugar. Eu não quero ser um ator passivo, do tipo que fica esperando as coisas acontecerem ou esperando uma oportunidade bater na minha porta. Eu acredito que quanto mais eu criar oportunidade para mim, mais diferenciado eu vou ser.”
Bruno também é filho da diretora e escritora Mara Carvalho. Sobre sua precedência, Bruno faz questão de deixar claro: “muitas pessoas acham que eu me acomodaria nesse privilégio, e isso para mim sempre foi uma força motriz para eu transformar o meu trabalho em algo maior. Eu acho que a gente vem nessa vida sem escolher a forma como a gente vem. Onde o nosso consciente é capaz de compreender, eu vim aqui por um mero acaso, nessa família e dessa forma. Então é mais do que minha obrigação pegar meu status quo, minha realidade atual e transformar e tentar melhorar. Tentar ser cada dia melhor. Sempre tento descobrir uma versão melhor do Bruno. Desta maneira, isso não só me move como profissional, mas me move muito como pessoa.”