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“É uma oportunidade para meninas se sentirem representadas “, diz modelo plus size paleontologa

Com a discussão sobre representatividade cada vez mais em alta, o mercado plus size no mundo inteiro está passando por uma transformação. Enquanto fora do país existem modelos já consolidadas como Ashley Graham e Tess Holiday representando a causa, aqui no Brasil as portas estão cada vez mais se abrindo também. E este boom acabou levando meninas que nunca se imaginaram modelo para o mundo da moda.

Esse é o caso de Dimila Mothe. A carioca é doutora em paleontologia e dá aula em universidades, mas, há um ano, também divide o seu tempo com a vida de modelo. “A vida toda eu gostei de moda, mas foi só ano passado, fazendo umas fotos para a National Geographic, que o fotógrafo me disse que eu levava jeito e deveria procurar uma agência”, conta a modelo em bate papo exclusivo para o RG.

Com 1,77 metros e 95 quilos, Dimila foge do padrão de modelos na passarela, mas ainda sim estreou este ano na Casa de Criadores em seus dois primeiros desfiles: Martins Tom e Fernando Cozendey. Ela explica que ainda existem épocas com poucos trabalhos, que a fazem repensar a empreitada, mas nunca em desistir. “É uma oportunidade muito bacana para um monte de meninas se sentirem representadas e terem referências”, diz Dimila.

Inclusive, mesmo com o seu pouco tempo de carreira, já se tornou inspiração para outras garotas. “Pelo Instagram, eu recebo muita mensagem de meninas que falam que se inspiram em mim. Penso: ‘logo eu, que até um ano atrás nem pensava exatamente em trabalhar com isso’, mas é muito bom”, divide. “Ao vivo ainda não aconteceu, porque não tem muita plus size aqui, né? É uma pena.”

Quem a vê na passarela da Cozendey, vestindo apenas uma calcinha pequena e um vestido de tule completamente transparente, imagina que Dimila seja muito segura do seu corpo. Mas ela explica que não é exatamente assim – pelo menos, não sempre. “Tem aquele dia que você não se acha bonita e no outro você se acha incrível”, conta entre risadas. “Quando somos é adolescente, aprendemos que somos erradas de todas as formas possíveis: a pele não é incrível, a dobrinha, o pneu, a celulite”, diz a modelo. “Mas quando crescemos, entendemos que é tudo um padrão, não existe ninguém perfeito.”

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