Por Carol De Barba
A jovem designer Danit Peleg cativou os participantes que estiveram na abertura do primeiro Wearable Festival, promovido pela jornalista Alexandra Farah. A israelense é uma das novas sensações da internet e da moda. O motivo? É a primeira criadora a tirar do papel uma coleção feita em impressoras 3D pessoais. RG prestigiou o evento e bateu um papo com ela. Confira!
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Chamado 3D Liberty Fashion (@3d_liberty_fashion), o projeto que está levando Danit a viajar o mundo – “apresento um Ted Talk em Nova York na semana que vem”, conta, empolgada – foi, na verdade, o trabalho de conclusão de curso da designer. Ela se formou há três meses, pela Shenkar Design College, em Tel Aviv, sua terra natal. “Viralizou! É uma loucura. Não esperava, mas estou muito feliz”, comemora.
Danit conta que sempre se interessou muito pela relação entre moda e tecnologia, bem como pela possibilidade de fazer novos tecidos. Ávida, experimentou diferentes materiais e técnicas, das mais rudimentares e artesanais às grandes e complexas máquinas. A jovem já se dedicava ao estudo dos wearables quando, durante o festival Burning Man, foi presenteada com um colar feito em uma impressora 3D e teve o ‘estalo’ para a elogiada coleção.
O filho demorou nove intensos meses de pesquisa para nascer. O trabalho de parto durou pelo menos 2000 horas de impressão. Danit também se valeu de carisma e muita sorte. Conquistou diversos voluntários para a causa, especialmente gênios da informática e almas generosas que espalham códigos e conhecimento na internet. Conseguiu o patrocínio tanto do fornecedor da matéria-prima (os filamentos flexíveis e resistentes FilaTex) quanto da fabricante das impressoras. “Reuni uma comunidade em torno desse projeto”, resume, grata.
Graduada com louvor, Danit já levou suas roupas a eventos acadêmicos em vários países e até programas de televisão. “Minha maior felicidade é ver que a coleção está sendo muito inspiradora. Está abrindo a mente das pessoas”, declara.
A designer não se arrisca com uma previsão muito concreta, mas acredita que a evolução dessa tecnologia e a produção de roupas cada vez mais usáveis está bem próxima. “As impressoras ficam mais baratas e rápidas a cada mês. É como a evolução da internet. Talvez em 15 anos você poderá, enquanto se maquia, imprimir o vestido que usará na festa”, imagina. Ela destaca, ainda, a possibilidade de compartilhar modelagens e criações por e-mail, em tempo real, para qualquer lugar do planeta.
Por fim, Danit lança um desafio para o futuro: “O que vai acontecer com a indústria da moda quando ela não precisar mais da produção na China?”, questiona a jovem. Já pensou?