Por Lara Svensson
Carolina Franzoi, ou Caru, como é conhecida, nasceu para a criação. Da sua criatividade, talento e boas ideias surgiu sua marca, a Ceux. A empreitada começou durante a faculdade de desenho industrial, quando se deu conta de que sempre havia adorado costurar, fazer as próprias roupas. “No meu TCC a inspiração foi uma a viagem a Lobitos, no Peru. As fotos tiradas, as paisagens, as ondas quebrando em linhas, as cores do nascer do sol e do fim de tarde. Tudo se tornou textura.”
Segundo a própria criadora, a marca é “atemporal, única, versátil, artesanal e emocional”. Não pensa em tendências, nem em estações. É uma junção de pesquisa, projeto, sentido, testando o que dá certo ou não. “Erros viram acertos e o processo de aprendizagem nunca acaba. Quando nos prendemos a padrões, acabamos não arriscando, não buscando o que está no coração, que é algo tão rico e único para cada um. Uma marca é como um filho, eu faço tudo com carinho, pois é um reflexo, um registro de vivências e sentimentos”, resume ela.
Entre seus maiores orgulhos, está anunciar que encontrou uma confecção que tem por trás valores que só têm a agregar para sua marca. “O valor de um produto não se trata apenas de sua aparência final, mas principalmente do caminho percorrido, da beleza do processo como um todo”, diz ela, que se preocupou em achar um local que tratasse bem a mão-de-obra, que não utilizasse trabalho escravo.
O resultado são roupas versáteis, que podem ser combinadas com tecidos mais sofisticados e ou mais cotidianos. “Amo os tecidos, as texturas, as cores, isso me inspira muito também. Quando vou pesquisar tecidos, já estou criando, pois um tecido já remete a uma roupa desejo e assim vai…”, explica.
Sua primeira coleção foi baseada na origem inca, a maneira como eles solucionavam problemas, as cores terrais e cores vibrantes. “A minha próxima coleção leva o nome de ‘Navy is fun!’ e remete ao universo marítimo, ao surfe, o conforto, mas sem muitas regras”.
Atualmente, Caru faz apenas uma coleção por ano. Sempre rola um evento de lançamento e depois as peças são vendidas para quem se interessar. A divulação é por meio do boca-a-boca. “Vejo para onde isso vai, qual é a aceitação, estou experimentando aos poucos para entender qual é o caminho, quem é meu público”. RG aposta que a coisa ainda vai longe…