Há cerca de quatro meses, a Louis Vuitton, dona do monograma mais conhecido (e copiado) desde 1896, lançou a Capucine, bolsa da coleção Parnassea, feita toda de couro (e não canvas, como os modelos clássicos da label). Sem nenhum logo. Em pouquíssimo tempo, a peça caiu nas graças das atrizes Angelina Jolie e Diane Kruger e, não à toa, esgotou nas lojas – no Brasil, custa R$ 12 mil e tem lista de espera. O mesmo acontece em Paris, Milão e Londres, segundo a agência de notícias Reuters.
O sucesso da bolsa sem marca aparente é um respiro em meio a uma temporada em que as estrelas do street style encheram o guarda-roupa de moletons Kenzo e camisetas Celine, com os nomes da label escritos em letras garrafais – pois sim, até a grife comandada por Phoebe Philo e responsável pelo revival do minimalismo, há três anos, também se rendeu ao logo nas suas t-shirts. Pois é… Isso sem falar no clipe “Versace”, do trio de rappers Migos, que extrapola o uso da medusa e dos arabescos dourados da marca de Donatella, e foi trilha do seu desfile de verão 2014, recém-apresentado em Milão.
Os anos 1980 assistiram ao auge da logomania como símbolo de status, de carona na BMW de um yuppie. De lá pra cá, alterna altos e baixos, entre a cafonice e o luxo supremo. Com a venda avassaladora da Capucine, surgiram teorias de que as classes emergentes já teriam percebido que mais vale um bom suéter liso de cashmere do que um emblema gigante do lado esquerdo do peito. Ainda é cedo para conclusões, mas vale ficar de olho no movimento. Tem hora que vale usar, tem hora que definitivamente não…