Londres, sexta-feira (26.02). Quatro homens enfiados em ternos pretos entram na prestigiada Central Saint Martins, a escola de moda mais importante do planeta. São executivos da alta cúpula do grupo LVMH, conglomerado de luxo que detém a marca Dior. A portas cerradas, discutem com Louise Wilson, a diretora da CSM, jovens nomes para a direção de estilo da maison.
A operação tapa-buraco foi relatada a RG por um insider brasileiro que trabalha na Saint Martins. Fonte segura. A busca faz todo o sentido, no momento em que a Dior enfrenta a maior turbulência destes recentes anos. Imaculada, a imagem da maison francesa esteve na berlinda por estes dias fatídicos em que o genial mas muito ignorante John Galliano foi detido, acusado de agressão verbal anti-semita no La Perle, o bar cool do Marais que ele freqüenta há anos. Para piorar a situação do estilista, o The Sun divulgou um vídeo nessa segunda-feira (01.03) em que Galliano diz “Amo Hitler”, num insulto a um grupo, no mesmo café. Galliano foi além. Visivelmente breaco, disse – para as câmeras de um celular ligadas – que “Gente como vocês estaria morta hoje. Suas mães, seus antepassados teriam sido mortos pelo gás”. Chocante, repugnante. De enojar, como bem colocou a oscarizada atriz Natalie Portman, garota-propaganda da Dior, em entrevista ao jornal The New York Times nessa terça-feira (01.03).
O que se pode avaliar é que o (estrangeiro) Galliano precisa de ajuda. E não apenas para dar um tempo na birita – ele está sempre bêbado quando solta seus impropérios. Precisa é levar uma boa surra para aprender certos valores que mamãe não ensinou – ou que a vida exuberante lhe tirou, sabe-se lá. Não há super humanos acima do bem e do mal. A moda já se alimentou de excêntricos vilões – mas essa tendência, graças a Deus, foi enterrada. Com Galliano, esperamos que para todo o sempre.