Valentino deu entrevista exclusiva a Bruno Astuto na noite da ultima quarta-feira (05.11). Hospedado em duas penthouses do Copacabana Palace, ao lado de seu fiel companheiro, Giancarlo Giammeti, o estilista esta na cidade para uma temporada de 10 dias, por conta do Rio Summer.
Bruno Astuto: Qual o momento mais inesquecivel que ja teve no Rio?
Valentino: Foram muitos. Na primeira vez, em 68, me debrucei sobre a varanda do Copacabana Palace e fiquei admirando as pessoas e a paisagem. Foi o unico do lugar do mundo em que nao me senti um estrangeiro. Me sinto parte do Rio. O desfile da Beija-Flor este ano, com as plumas mais lindas e a bateria mais incrivel, foi um show de moda.
BA: Foi dificil deixar a moda apos 45 anos?
V: Nao existe aposentadoria na minha vida de criador. Tenho projetos para a opera e para o bale com companhias de teatro internacionais. So se deixa o baile quando ele esta cheio. Trabalhei 45 anos e tive as maiores homenagens que uma pessoa pode ter tido. Momentos inesqueciveis que nunca vao se repetir. A nova realidade da moda e muito estranha, com os grandes conglomerados economicos. Foi o momento certo de encerrar meu trabalho junto a empresa. Sempre trabalhei para uma mulher feminina, romantica, sensual. Admiro o trabalho dos colegas, mas nao sei onde isso vai parar.
BA: Qual seria o maior pecado fashion de uma mulher?
V: Ela se desrespeitar e nao ver a elegancia natural que esta dentro dela. Ser uma fashion victim.
BA: O senhor teve alguma influencia na saida de sua substituta na maison, a estilista Alessandra Facchinetti, em outubro ultimo?
V: Nao, mas estou feliz que duas pessoas que tenham trabalhado comigo ha 10 anos sob minha tutela (os designers Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli) estejam a frente. Eles amam e respeitam o estilo, a seducao e o romance da marca.
BA: A mulher brasileira e…
V: Dalma Callado, que durante 10 anos abriu e fechou meus desfiles de vermelho, e Gisele Bündchen, uma venus que desceu sobre Ipanema.