Por Leo Oliwer
Livia Dabarian e Alírio Netto esperam o primeiro filho – Foto: Divulgação
“Quando eu envelhecer, eu estarei ao seu lado, para te lembrar de como eu ainda te amo.” Não haveria outra forma de começar esta entrevista a não ser com o trecho da icônica canção do Queen, “Love Of My Life”, já que Livia Dabarian tem sua vida amorosa envolta nessa atmosfera da lendária banda britânica.
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A atriz, que atualmente está em cartaz na Espanha com o musical “We Will Rock You”, vivendo a vilã Killer Queen, conheceu aquele com quem formaria uma família, o também ator e músico Alírio Netto, em sua primeira participação no mesmo espetáculo, em 2016, quando se apresentavam nos palcos brasileiros. No momento desta entrevista, ele estava em turnê pela Inglaterra com os integrantes originais da banda comandada inicialmente por Freddie Mercury.
Livia Dabarian tem um extenso histórico artístico. Inclusive, faz parte de um dos momentos mais especiais de quem foi criança nos anos 1990. Acontece que Livia fez parte do programa “Gente Inocente” e do “Oxigênios”, grupo que teve Xuxa como madrinha. A banda mirim chegou a realizar uma emocionante apresentação no último programa “Xuxa Park”, ocasião que marcou a saída da rainha dos baixinhos para dar à luz Sasha Meneghel.
Em entrevista ao RG, Livia compartilhou sua felicidade em poder realizar junto ao marido um de seus maiores sonhos: ser mãe. Com um brilho especial nos olhos, ela fala sobre carreira, futuro e a responsabilidade de educar um filho.
“Acredito que as crianças aprendem através do exemplo. Alírio e eu já tivemos esta conversa, justamente quando estourou a guerra na Ucrânia. Morar na Espanha, tão próximo a tudo isso, nos fez tomar algumas medidas. Nos preocupamos bastante, a gente tenta em qualquer assunto não intimidar ou limitar absolutamente nada, não temos um curso que ensine relações políticas sabe? Todo bom senso vem de casa”, diz.
Alírio pediu Livia em casamento no fim de uma sessão do musical “We Will Rock You”, em 2016 – Foto: Divulgação
A adaptação da nova rotina com a agenda agitada como atriz é outro desafio. “A gestação para a mulher artista tem uma relação que implica diretamente com a questão de agenda. É bem difícil fazer esse balanço. Conciliar o trabalho e a maternidade é uma missão. Claro que essa criança irá crescer no backstage, estará debaixo de nossos braços o tempo todo, a gente coloca um fone protetor nos ouvidinhos dele ou dela e seguimos firme (risos).”
Leia o papo completo abaixo:
RG – Como você lida com a difícil missão de educar uma criança em um mundo tão caótico?
Como país, nós devemos ter sempre a tolerância de saber ouvir, respeitar e não se deixar levar por opiniões alheias. Devemos nos manter verdadeiros perante aquilo que acreditamos. Vamos ensinar que todos temos o direito de amar qualquer pessoa. Aqui em casa a gente até brinca dizendo que, se algum dia nosso filho tiver que “sair do armário”, esse armário não vai nem existir, desse móvel não precisamos, somos contra qualquer forma de opressão.
RG – Voltando um pouco no passado, durante sua participação ainda criança no grupo Oxigênios. Você já via tudo aquilo como trabalho?
Sim, totalmente, apesar de me divertir e curtir muito tudo aquilo, nós éramos sete crianças, mas todos a nossa volta eram adultos. Sabíamos das nossas responsabilidades e compromissos profissionais. Minha mãe foi fundamental durante este período. Ela sempre me manteve com os dois pés no chão. Sempre vou lembrar que uma das condições para eu continuar me apresentando era a de obter boas notas na escola. Foi fundamental tudo isso.
RG – Ser exposta ao público desde tão cedo te prejudicou de alguma forma?
Não, de maneira alguma. Fiquei famosa ainda criança de maneira tão rápida e também acabou passando tudo muito rápido. Quando o grupo acabou, eu me senti “confortável”, vi que sem essa questão da fama avassaladora eu poderia seguir fazendo tudo que eu amo, mas sem essa coisa toda em volta, sem seguranças por toda parte. Foi também após essa fase que tive a certeza do que queria fazer para o resto da minha vida, estar no palco.
RG – Podemos esperar algum projeto autoral seu na música?
Olha, adoraria ter mais tempo para poder estudar música com mais intensidade, e também desenvolver meu lado compositora. Meu marido me apoia muito nisso. Antes da gravidez costumávamos sentar ao piano degustando alguns vinhos, e nesse momento ele sempre me estimulava a escrever, colocar meus sentimentos no papel de alguma forma, mas me falta tempo e agora com certeza terei ainda menos, até que esse bebê possa caminhar com seus próprios pés.
RG – Como é esse balanço entre a vida profissional e a relação de vocês enquanto casal?
Estamos sempre muito conectados um ao outro, seja fora ou dentro do palco, é como amar de várias formas, existe muito respeito e admiração um pelo outro, então quando estamos nos apresentando juntos ou compondo juntos, é de fato como fazer amor.
RG – Como foi o começo desse romance embalado por músicas do Queen?
Foi mágico. Durante os primeiros ensaios, éramos apenas amigos, até que fomos fazer pela primeira vez a cena do beijo. Imediatamente nossa conexão aconteceu, parecia cena de novela. Nós dois já éramos apaixonados pelo Queen, a banda sempre fez parte das nossas vidas, temos tatuagens, discos, enfim, é muito especial. Um encontro de almas tendo Queen como trilha sonora.