Dudu Bertholini, mente criativa da moda brasileira contemporânea – Foto: Cassia Tabatini
“São Paulo tem uma beleza discreta das esquinas, como já musicava Caetano, que não se parece com a exuberância natural do Rio de Janeiro, mas a cidade se revela nessa miscelânea arquitetônica.” As palavras são de Dudu Bertholini, mente criativa da moda brasileira e com um coração apaixonado pela selva de pedra.
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Sua visão sobre a cidade, que subverte a lógica do que é tradicionalmente considerado belo, está conectada à sua visão sobre a moda atualmente. “O poder da estética, a afirmação através da estética, não é mais suficiente no mundo presente, é preciso pensar em termos éticos”, reflete.
À frente dessa nova moda para um novo mundo, Dudu é um dos cofundadores do Instituto Casa de Criadores, uma escola de moda gratuita que pensa um ensino de moda inclusivo e transparente. “Acho muito importante que a gente se questione sempre do lugar da onde a gente fala, dos lugares que a gente ocupa, que a gente venha reivindicar essas transformações, que a gente questione as ausências, de corpos, de classes sociais e de estilos, e comece a transformá-las em presenças”, ressalta.
E é a partir desse olhar plural que Dudu, que frequenta a região central da capital paulista desde a infância, reúne os hotspots para curtir o que a gastronomia, arte e moda têm de melhor para oferecer na metrópole.
Onde comer?
“A pluriculturalidade de São Paulo é das melhores coisas que essa cidade tem. É uma aventura gastronômica maravilhosa.”
– BUBU: “Fica no Estádio do Pacaembu. Tem uma comida gostosa e um clima onde você dialoga com a cidade, com a rua. Isso torna a experiência muito mais rica.”
Endereço: Museu do Futebol – Praça Charles Miller – Pacaembu
– Vista: “É o restaurante do último andar do Museu de Arte Contemporânea. Ver a cidade de cima pode ser uma das formas mais charmosas de você entender a cidade, você vê o parque do Ibirapuera, as obras do Niemeyer, e tem uma percepção verde da cidade, mas também os viadutos, carros, pontes e construções monumentais.”
Endereço: Cobertura do MAC USP – Av. Pedro Álvares Cabral, 1301 – 8° andar
– Bar da Dona Onça e Casa do Porco: “O Bar da Dona Onça fica no Edifício Copan, e a Casa do Porco fica do lado. O centro de São Paulo é um lugar que revela muito do que a cidade é, com toda sua pluriculturalidade de raças, classes sociais, gêneros e estilos.”
Bar da Dona Onça – Endereço: Edifício Copan – Av. Ipiranga, 200 – Centro
Casa do Porco – Endereço: Rua Araújo, 124 – República
Onde comprar?
– Pinga: “Uma multimarcas que sabe interpretar a brasilidade de uma forma que eu gosto muito. Tem a Perigo, que faz roupas de linhos, coloridas e estampadas, e a Alix, que assino a direção criativa e styling das campanhas, com um trabalho de estampas brasileiras exclusivas.”
Endereço: Rua da Consolação, 3378 – Jardim Paulista
– IRRITA: “É o ateliê da minha amiga e ex-sócia Rita Comparato. A loja é um charme, só com estampas brasileiras, tecidos naturais, tudo feito à mão em tecidos como seda, linho e viscose.”
Endereço: Rua Padre Carvalho, 73 – Pinheiros
– Quadra Verde: “Espaço na Oscar Freire que reúne marcas verdes, sustentáveis, como a Alme e a Troc. Tem uma curadoria linda de produtos responsáveis com histórias para contar, que defendem a transformação social com design de qualidade.”
Endereço: Rua Oscar Freire, 1105
Onde sair à noite?
– Club Jerome: “É um charme, o nosso Le Baron [clube em Paris]. Charmoso, pequeno, sempre tem um publico interessante e ótimos DJ sets.”
Le Jerome – Foto: Divulgação
Endereço: Rua Mato Grosso, 398
– Mamba Negra: “Para sentir mesmo a noite de São Paulo tem que ir para as festas independentes, onde toda essa cultura street está fervilhando novidade, com destaque para o expoente que é a Mamba Negra.”
Endereço: itinerante
Onde ver arte?
– Pivô: “Tem que passar na galeria Pivô, também no Copan, com exposições maravilhosas de artistas contemporâneos.”
Endereço: Edifício Copan, loja 54 – Avenida Ipiranga, 200
– Kleber Matheus Studio: “Ele faz neons criativos e divertidos. Se tiver a oportunidade, não pode deixar de marcar um horário para ver as obras dele.”