Lohana Maelen, mais conhecida como Maellen – Foto: @thi.santoss
Quem chegou agora a conhece como Maellen, os amigos e a família como Lohana, mas, de uma forma ou de outra, todos reconhecem seu talento como gamer e cantora. Não que sempre tenha sido assim, mas a jogadora e artista já deixou claro que veio para quebrar barreiras, não se contentar.
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Entre as metas e os números a serem alcançados, Maellen tenta equilibrar as carreiras de gamer e cantora com o tempo para a família e o lazer. Embora não seja fácil e diversas vezes exija muito dela, a artista parece querer sempre mais. “Eu não posso perder tempo, a hora é agora. Tinha que aproveitar aquela chance, aí fui com todo mundo criticando mesmo, e acabou que foi dando certo”, conta ela sobre como tudo começou.
Tendo saído da faculdade dois períodos antes de terminar, a gamer se arriscou na carreira de streamer depois de participar do Pro-League Free Fire, competição na qual foi a única menina titular na final. “Recebi muitas mensagens depois disso, gente dizendo que se inspirou em mim, que torcia por mim, e achei que pudesse começar a fazer live e viver disso”, explica ela, que conheceu o jogo em 2018 e foi para o profissional já no ano seguinte.
“Nunca tinha pensado em ser influenciadora de jogos. A pessoa hoje em dia sonha em ser streamer, na minha época eu nem sabia que isso era uma possibilidade”, destaca. O material e o dinheiro inicial investido também foram um problema já que tudo é muito caro. Então ela começou com pouco, apenas um computador, uma webcam e o celular com o qual jogava, parcelou tudo no cartão de crédito e torceu para as lives logo darem algum retorno.
Como recebia por horas assistidas, valor que na época era cerca de U$ 0,03, ela chegava a fazer 17 horas de live por dia para conseguir ganhar mais ou menos o mesmo que seu último emprego lhe dava, cerca de R$ 1.500 por mês. Hoje, Maellen continua com uma rotina puxada, trabalhando muito, porém, com o reconhecimento que ganhou, sua vida mudou completamente.
A cantora se prepara para lançar seu primeiro álbum em abril – Foto: @arthurrodriguesoficiall
Carismática, as lives da gamer foram fazendo sucesso e ela começou a ter mais oportunidades para se mostrar. Foi inclusive em uma dessas que, em uma entrevista após um jogo, ela se destacou praticamente como um meme. “A gente estava em um estádio lotado e não dava para ouvir nada que ela falava, aí eu disse: tem como você falar mais perto da minha boca que eu não tô ouvindo”, lembra da gafe que repercutiu e lhe rendeu milhares de seguidores da noite para o dia.
Outro momento importante para divulgar sua carreira foi no Poesia Acústica do Free Fire, em que pôde unir o amor pela música com os jogos. A partir daí também passou a ficar conhecida pelo seu bordão “tá maruco”, que usa muito durante as lives. “Mas o ponto de virada na minha carreira mesmo veio quando eu fui para a Los Grandes, produzir conteúdo para eles”, diz ela, sobre a casa gamer da qual participou.
Ela, que já entrou para a residência bastante conhecida, com cerca de 700 mil seguidores, saiu de lá com mais de 1,5 milhão, e com diversas propostas de trabalho. Agora, com a carreira mais consolidada, Maellen aproveita para investir na música, paixão que veio muito antes dos jogos.
“Quando eu era mais nova já queria virar cantora, aí um amigo sugeriu que eu virasse MC e eu comecei a tocar nos bailes, em umas festinhas, mas nesse meio tempo conheci o Free Fire e as coisas mudaram”, relembra. A vontade de voltar a fazer música já existia, e se concretizou no ano passado, quando se juntou ao sócio e produtor musical e começaram a produzir.
Foram diversas músicas compostas em apenas dois meses, para que começassem a ser lançadas no fim de 2021. Entre elas estava “Minha História”, primeira a estrear nessa nova fase, assim como “Carpe Diem” e “Festa de Verdade”. “E mês que vem, dia 7 de abril, lançamos o meu primeiro álbum com várias parcerias do trap e do funk, só não posso falar muito ainda”, conta.
Para Maellen, o sonho de cantar veio antes do sonho de ser jogadora – Foto: @arthurrodriguesoficiall
Com 24 anos, se destacando nos games e na música, Maellen conta que é difícil equilibrar tudo isso e ainda ter tempo para a vida pessoal. “Tem que ter muita vontade de crescer mesmo, de conquistar o sonho, só assim para passar por cima das coisas”, diz ela. O fato de trabalhar com a própria imagem também acaba piorando as coisas, não tem como esconder quando não está nos melhores dias.
Isso tem impacto direto na performance da influencer e em seus números, são muitas metas a atingir e depender da internet é sempre uma montanha russa de valores. “Não que eu ache de tudo ruim, mas tem muita gente que fala como se o trabalho de influencer fosse fácil e não é bem assim”, conta ela, que costuma ir dormir no horário em que o pessoal do comercial acorda.
A influencer também falou como é atuar em dois ambientes tão masculinos como o dos jogos e o do trap. “A luta contra o machismo é constante, ainda mais sendo mulher e lésbica. A meta é sempre estar ali representando as bandeiras, mas é muito difícil, sempre tem alguém querendo fazer gracinha”, ressalta.
Para ela, isso só deixa claro o papel e a responsabilidade dos influenciadores, o público dos jogos principalmente é muito teen, ainda estão na fase de formação de opinião. “É importante que eles tenham bons exemplos, tem muito streamer e artista por aí reproduzindo ideia errada”, afirma ela, que tenta ser essa referência para as meninas e meninos que a acompanham.