Caetano e Sakamoto – Foto: Adriano Fagundes
A Red Hot Organization, produtora americana de conteúdos culturais dedicada à luta contra a Aids, apresenta a série de podcasts “Ativismo Musical: Red Hot + Rio 25 (1996- 2021)”, que estreia nesta quarta-feira (1º de dezembro), Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Disponível em todas as plataformas digitais, e nas versões português e inglês, a série de três episódios retrata a história da produção e lançamento disco beneficente “Red Hot + Rio”, uma compilação original lançada há 25 anos. O projeto reuniu grandes nomes da música nacional e internacional em um tributo moderno à bossa nova visando promover a conscientização sobre a epidemia do vírus HIV no Brasil e no mundo. Mas não é só sobre música, a produção também traça um paralelo entre os contextos sociais e culturais da época, com o que vivenciamos hoje, face à pandemia da Covid-19.
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O podcast documental expõe a força da música como ferramenta de transformação social, o universo criativo do álbum e os desafios do período. Afinal, como a Red Hot conseguiu produzir de forma independente, nos anos 90, um disco filantrópico com artistas como George Michael, Gilberto Gil, Astrud Gilberto, Sting, Cazuza, Tom Jobim, Everything But The Girl, Chico Science e Nação Zumbi? Foram resgatados depoimentos originais de artistas que atuaram na gravação, entre eles George Michael, David Byrne e Caetano Veloso, além da realização de entrevistas atuais com diversas personalidades que fizeram parte do contexto do projeto, como Marisa Monte, Jorge Du Peixe, Bebel Gilberto, Drauzio Varella, entre outros. Ouça aqui!
A direção é assinada pelo produtor musical brasileiro Béco Dranoff e por John Carlin, fundador da Red Hot Organization. Ambos foram responsáveis pela produção do álbum “Red Hot + Rio”, em 1996 – sendo que Béco ingressou na organização para atuar no projeto e permanece nela até hoje. “Esse disco ficou na história musical, no consciente e inconsciente coletivo dos amantes da música. Ele conectou a bossa nova com a sonoridade no novo milênio. Além de ter sido o meu primeiro trabalho de coprodução e direção artística junto ao time da Red Hot, ou seja, é um projeto realmente especial na minha vida. Fazer essa revisitação de 25 anos atrás foi uma honra”, comenta Béco.
A série é uma produção da Red Hot Organization em parceria com a Clav – agência de curadoria e criação de conteúdo com inteligência de dados em música, podcast e inovação. Foram feitas mais de 30 entrevistas ao longo de 2021, além de pesquisas e análises de dados históricos que possibilitaram a criação do roteiro, que é assinado por Pedro Bontorim, fundador da Clav. O design de som é um dos protagonistas do documentário, proporcionando uma cenografia sonora a cada momento abordado. A capa, assinada por Alexandre Ferrari, é uma releitura da arte original do disco e a narração é comandada pela artista brasileira Caiena.
“A reflexão que fica é a constatação desse poder transformador da música e a força dos artistas em amplificar temas relevantes. Todos sabemos que a linguagem musical é universal – juntar música com transformação social é um processo que deveria continuar cada vez mais forte”, finaliza Béco.