Foto: Divulgação/Vira Comunicação
Por Mariana Becker
Hoje é meu aniversário de 50 anos. Escrevo aqui para a Mariana Becker de 25 anos atrás. Para começar, já garanto: você vai viver, pelo menos até os 50 anos. Portanto, siga tranquila surfando, velejando, se aventurando por aí na intensidade que te faz bem.
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Aliás, não deixe isso de lado. É o que vai manter a tua alma viva pra sempre. Estude. Trabalhe duro até o fim, mas não se obrigue a saber tudo o tempo todo. Tão pouco diminua a importância do que você sabe. Você tem valor no coração e isso vai ser recompensado. O que você, muitas vezes, acha que é falha sua é uma exigência inalcançável do mundo de homens. Não se deixe abater. Mantém o foco na independência, isso é importantíssimo.
Aliás, não se aflija com essa cobrança da sociedade de ter que casar. O pai tem razão, ninguém “tem que” nada. A aflição da mãe de achar que a gente vai ficar sozinha não procede – pelo menos, até agora. Se eu conseguir nos escrever dos 75, talvez eu mude de ideia. Por outro lado, não fique achando que tudo tem que ser eterno e para sempre…Pode casar e se não der certo, mude a direção da vida. Não tenha tanto medo desse compromisso.
Foto: Divulgação/Vira Comunicação
Outra coisa: mantenha seus valores e a coragem, mas também tente ser mais flexível. Nem tudo é preto no branco e, talvez, você aproveite ainda mais a vida se for assim. Não deixe para depois, grave as conversas e histórias contadas pelo pai, você vai sentir muita saudade de ouvi-lo. Faz o mesmo com a mãe, e pede pra ela contar as minúcias das tias italianas e do avô na Amazônia, do Grande Hotel, de brincar embaixo do piano do Ary Barroso…
Ah, e pode vir remando tranquila naquela travessia de prancha no Tahiti, não vai ter tubarão e não fica tão brava se te deixarem sozinha nessa, curte. Outra coisa, a mãe sabe mais do que imaginas. O pai vai descobrir a receita das papas suflê. O cocô no tapete da sala quem fez foi a Chica e não o Spy.
E, principalmente: beija muito e abraça muito todo mundo porque você não tem ideia de como você vai sentir falta disso. Por último, não se preocupe: aos 50 anos, a vida continua a todo vapor.