Lifestyle

Dia do Índio: projeto Lira ajuda comunidades a se conservarem

Share

Foto: Divulgação

A luta dos povos indígenas na defesa dos seus territórios e das culturas vem de séculos e parece ter se intensificado nos últimos anos. A constante ameaça e violência mostram a importância do fortalecimento desses povos para que possam aumentar sua rede de proteção. “O abril indígena é quando a gente abre um espaço maior para fazer mobilizações, contar o que vem acontecendo dentro dos nossos territórios, mostrar que o indígena existe e que não somos folclore”, afirma Txai Suruí, ativista do povo Paiter Suruí e fundadora do movimento Juventude Indígena de Rondônia.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

O projeto LIRA (Legado Integrado da Região Amazônica), uma iniciativa idealizada pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas -, atua em 43 unidades de conservação e 43 Terras Indígenas no bioma (cerca de 12% das 379 Terras Indígenas da Amazônia Legal), por meio de uma rede de parceiros locais. Com o LIRA, é possível dinamizar e colocar recursos na economia local, apoiar a geração de empregos e renda por meio da sociobiodiversidade, potencializar a autonomia e soberania alimentar e fortalecer redes de instituições trabalhando de forma integrada, ajudando a implementação das políticas públicas socioambientais no território.

“O LIRA apoia o fortalecimento institucional das organizações indígenas, o que é extremamente importante, pois contribui para que os povos defendam seus direitos, seu território e da sua cultura”, afirma Fabiana Prado, Gerente de Articulação do IPÊ e responsável pelo projeto. Segundo Txai, uma instituição mais forte faz um povo mais forte. “Uma organização estruturada consegue atender melhor a comunidade, desenvolver projetos e buscar nossos direitos, fortalece a nossa própria voz”, completa.

Segundo Ubiratan Suruí, indígena Paiter Suruí, o apoio às comunidades que trabalham com a produção de café, banana, arroz, milho e castanha é fundamental, pois são atividades feitas durante o ano todo, geram renda e são um meio de sobrevivência. “As famílias estão conseguindo produzir sustentavelmente”, afirma. Para ele, outra ação significativa é de apoio aos trabalhos dos biomonitores, agentes indígenas que atuam no biomonitoramento e participam da atividade de vigilância do território para localizar os invasores. A partir dessas informações, são feitas denúncias para o órgão público. “É muito importante esse trabalho porque ajuda na proteção do nosso território. As pressões são muito grandes e aumentam a cada ano. Contamos com a parceria de projetos como esse.”

“É muito importante porque estamos aqui para lutar, não só por nós, mas por todo o planeta. Uma floresta em pé, um território fortalecido é também qualidade de vida para todo mundo. As mudanças climáticas estão diretamente relacionadas com as terras indígenas e a floresta em pé. É nossa voz ecoando mais forte, a independência que tanto buscamos para sair de vez dessa tutelagem à qual somos submetidos historicamente”, afirma Suruí.

Os dois estão ligados ao projeto Conectando Terras Indígenas da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, parceira do LIRA, que se propõe a promover a sustentabilidade socioambiental de terras indígenas e unidades de conservação em Rondônia, com a implementação dos planos de gestão territorial e ambiental, contribuindo para a conservação de 2.694.827 hectares de floresta e o fortalecimento de cinco associações indígenas e uma extrativista para atuarem no desenvolvimento sustentável de seus territórios.

Outro parceiro da Rede LIRA é o Instituto Kabu, que atua no Bloco Xingu e vai promover a gestão sustentável dos territórios Kayapó-Panará no sudeste da Amazônia. Uma das ações do projeto é a estruturação tecnológica do Centro de Documentação na cidade de Novo Progresso-PA, que permitirá que os indígenas compartilhem com a sociedade do entorno, o acervo histórico da instituição, composta por imagens da etnia Kayapó, projetos que desenvolvem nas aldeias, materiais etnográficos, artefatos, exposições temporárias e manifestações culturais, com objetivo de ampliar conhecimentos da população sobre os indígenas, diminuir preconceitos e integrar a temática indígena ao desenvolvimento local e regional.

“É uma luta, uma conquista do Instituto Kabu. Era para já ter sido inaugurado, mas por causa da pandemia, todo mundo teve que voltar para a aldeia. A gente sabe que a BR163 é uma passagem de viajantes e seria muito importante que os brancos também viessem e tomassem conhecimento da nossa cultura e do nosso trabalho para que seja cada vez mais divulgado. Vamos continuar lutando pela defesa da Amazônia”, afirma Doto Takak Ire, da etnia Kayapó.

últimas notícias

  • Cultura

Natiruts anuncia despedida da banda com turnê pelo Brasil

Após 28 anos, Natiruts anunciou o encerramento da banda com turnê de despedida, nomeada como "Leve com Você". O grupo,…

26.02.2024
  • Cultura

“O Diabo Veste Prada”: Anne Hathaway, Meryl Streep e Emily Blunt se reúnem no SAG Awards 2024

Para matar a saudade, o SAG Awards 2024 uniu novamente Meryl Streep, Emily Blunt e Anne Hathaway após 18 anos…

24.02.2024
  • Moda

Seis looks icônicos de Sofia Richie durante a gestação

Sofia Richie Grainge anunciou que está grávida de seu primeiro filho com o marido, Elliot Grainge. A notícia foi divulgada…

22.02.2024
  • Cultura

Roger Federer ganhará documentário dirigido por Asif Kapadia

A Amazon Prime Video fará a produção de um documentário sobre um dos maiores tenistas da história: Roger Federer. De…

19.02.2024
  • Cultura

BAFTA 2024: “Oppenheimer” é o grande ganhador; veja todos os premiados

Uma noite de glória no BAFTA, premiação de cinema britânica conhecida como um "termômetro" para o Oscar. O filme “Oppenheimer”…

18.02.2024
  • Gossip

Bruno Mars inaugura “The Pinky Ring”, seu bar em Las Vegas

Bruno Mars acaba de abrir um novo lounge de coquetéis, nomeado como "The Pinky Ring", no prestigiado Bellagio Resort &…

16.02.2024