Paula Lima: “Eu acredito em milagres, e nos sentimentos e sensações que absolutamente fogem do comum, ordinário”

Por Paula Lima 

Quando penso em acontecimentos divinos e maravilhosos, que não se explicam e são por si só extraordinários, penso na palavra “milagre”.

No dicionário milagre ou miráculo (do latim miraculum, do verbo mirare, “maravilhar-se”) é um acontecimento dito incomum ou formidável, que não pode ser explicado pelas leis naturais. É ainda aquilo que incita admiração por ser grandioso, perfeito.

Eu acredito em milagres, e nos sentimentos e sensações que absolutamente fogem do comum, ordinário.

Esta semana tive um prazer indescritível assistindo ao radiante, mágico e emocionante filme “Amazing Grace”, protagonizado por Aretha Franklin.

A rainha do soul e uma das vozes mais inacreditáveis do planeta dá vida aos louvores da igreja Batista de forma inexplicável de tão espetacular. Nas duas noites de gravação, Aretha estava com o olhar tenso, mas empoderada, com a sensibilidade aguçada pela sua fé. E quando cantava, acontecia um milagre. A voz de Aretha é um milagre, algo sobrenatural.

Em 1972, no ano da gravação, ela já era dona de 5 Grammys e resolveu voltar ao seu lugar de origem: a igreja. “Amazing Grace” tem a direção de Sidney Polack, e se passa na própria igreja onde presenciamos esse culto, com a emoção à flor da pele a cada nota que Aretha nos presenteia. Temos também a presença de Mick Jagger e de um coro fantástico, com seu maestro “corpo e alma”, James Cleveland – o reverendo que, na época, já era lenda. Os fiéis são uma beleza à parte, alguns entram em transe. A chegada e o discurso no púlpito do pai de Aretha também fazem desse longa-metragem algo realmente divino. Nada do que aconteceu ali vai se repetir na história!

O filme é um culto sublime e único. Levou 47 anos para ser lançado, por problemas técnicos e depois pessoais. Aretha cantava a sua devoção. “Amazing Grace” foi o álbum gospel mais vendido no mundo e também o álbum mais vendido da carreira de Aretha Franklin.

Um filme extraordinário e já inesquecível. Imperdível!

Minhas dicas da semana são dois eventos que tive o prazer de participar. O primeiro foi o CNN Tonight, ao lado de Leandro Karnal, Gabriela Prioli e Mari Palma no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. O segundo, é a entrevista deliciosa que fiz com Nelson Motta no Janela UBC desta semana, que conduzo desde o início da pandemia e está disponível no IGTV da @ubcmusica. Nelson é um gênio da cultura brasileira, e lançou seu livro autobiográfico e escrito em 3ª pessoa, “De Cu Pra Lua”. Nele, tem como mote, a sorte – que para mim, muitas vezes, está atrelada ao milagre. Ele foi milagre na vida de muita gente, não há dúvida!

E uma última recomendação é a obra de Aretha, destacando os álbuns: “Aretha Now”; “Young, Gifted and Black”; “Let me in your life” e “Aretha’s Jazz”!

Sigo emocionada pelos presentes recebidos. Ouçam, vejam e apreciem os milagres da vida!