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Paula Lima – Feitiço do tempo

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Paula Lima – Foto: Divulgação

Às vezes eu tenho a sensação de que a vida se define entre expectativa e realidade. Se divide entre o que projetamos, o que sonhamos ou o que idealizamos.

Um exemplo real seria a pandemia: o que prometemos fazer e ainda não concretizamos? Infelizmente ela está aí, firme e forte, e felizmente ainda há tempo de, ao menos, dar o “start” nos desejos.

Essa semana, pela quinquagésima vez, assisti ao genial filme “Feitiço do Tempo”, um clássico da matinê, que acho delicioso. Quando passa na TV, me dou um momento de presente e me “desligo” dos acontecimentos não legais que nos rodeiam.

Foto: Divulgação

“Feitiço do Tempo” (“Groundhog Day”) é um filme dos anos 90, protagonizado por Bill Murray e Andie MacDowell. A química entre eles é perfeita, apaixonante. Na trama, Phil, um arrogante meteorologista de televisão, fica preso em uma espécie de limbo temporal, condenado a reviver indefinidamente o mesmo dia até que mude suas atitudes.

Inicialmente ele nega essa realidade. Na sequência, “brinca” com o tempo, usa a repetição a seu favor (inclusive tentando seduzir a sua produtora), e depois passa a olhar ao seu redor de forma não egoísta e tenta melhorar e transformar a vida das pessoas em seu entorno. E é dessa forma que a sua própria vida passa a fazer mais sentido e ele ganha uma gama de amigos, inclusive o coração da produtora pela qual ele já está apaixonado.

Uma comédia romântica que nos faz pensar que quanto mais ampliamos o nosso horizonte, deixamos o egoísmo e saímos da assombrosa bolha, podemos, certamente, quase sempre, ter uma vida melhor e mais feliz.

A pandemia mudou alguma coisa na vida de vocês?

Vivíamos um dia após o outro, quase que presos, mesmo sem perceber, em um feitiço do tempo. Mesmo os dias sendo diferentes, o básico permanecia igual. O mesmo olhar, as mesmas preocupações com o que importava e também com o que não importava. A falta de tempo para pessoas especiais e até para nós mesmos. A falta de empatia. A cegueira e surdez para problemas urgentes, nossos e alheios.

Acredito que a pandemia tenha quebrado esse ciclo vicioso e personalizado.

Sinto que é preciso fazer uma imersão no que é verdadeiramente essencial, para sairmos desse mood no qual vivemos. Hoje, após um inicial exercício obrigatório imposto para todos nós, sinto um dia muito diferente do outro, como se o feitiço tivesse sido quebrado. Mesmo com todos os obstáculos, frustrações e limitações impostas. Claro, o maior desejo é ter a liberdade de fazer o que bem entendermos com as pessoas que quisermos, mas incluindo outras importantes perspectivas.

Esses dias fiquei pensando também sobre o tempo, dentro desse lugar que nos encontramos. O que eu poderia ter feito de diferente na vida ou o que eu gostaria de voltar ou revisitar dentro das coisas vividas? Tive várias surpresas comigo mesma.

Eu gostaria de voltar no tempo e assistir “Sessão da Tarde” com a minha avó, conversando muito, comendo os bolinhos de chuva feitos por ela, e feliz. Gostaria de voltar às festas do meu tio Beto, com a família toda reunida o dia todo, o churrasco, a alegria, o som, Djavan, Fundo de Quintal, Kool & the Gang. Ver todos os “adultos” dançando suingue ao som de Quincy Jones e Ray Conniff. Acordar e passar o dia na praia com a tia Lena e todas as primas, Flávia, Fernanda, Francine, Luciana e Leninha. Ficar horas no mar até o dedo enrugar. À noite, ouvir as melhores histórias da minha tia, inteligentíssima. Ela fazia a imaginação ir longe.

Ah, na escola eu adorava os treinos de handebol, as aulas da Tia Helvécia

Saudade de Natais incríveis, sem qualquer preocupação, o melhor encontro do ano. Já como cantora, revisitaria os shows com Funk como Le Gusta, Jorge Ben, Milton Nascimento, Daniela Mercury. A gravação do meu primeiro disco. O show de lançamento mágico do “É isso aí”. Meus pais indo a todos os shows.

E vocês? O que gostariam de revisitar?

Passando a pandemia, a primeira coisa que farei é ir ao encontro da família. Fazer esse outro novo bom churrasco, sentar, conversar sem hora para acabar e, na sequência, ir para a praia com as primas. Poder reviver isso de forma real, mesmo que num momento ou novo contexto das nossas vidas não tem preço.

Minha conclusão, sobre o feitiço do tempo em todos os planos, é que no final, o que fica na memória e no coração e que vale, ainda é o amor. O futuro agora é um lugar. No meu caso, um lugar de reencontros!

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