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Paula Lima – Djonga, ultratalentoso e genial

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Foto: Reprodução/Instagram/@djongador

Por Paula Lima

Salve, salve!

Esse é o nosso encontro semanal aqui no Site RG, e é sempre um prazer estarmos juntos.

Hoje falo de forma especial sobre um grande artista, a sua arte e o orgulho da conquista! Gustavo Pereira Marques, mais conhecido pelo nome artístico Djonga, é o rapper que rompeu barreiras e alcançou um feito inédito. Ele está concorrendo na categoria de Melhor Artista Internacional do BET Hip-Hop Awards 2020. É o primeiro brasileiro na história a concorrer neste importante, tradicional e respeitado prêmio internacional. Uma façanha!

Ele tem 26 anos, escreve suas rimas desde os 16 e é considerado um dos nomes mais influentes do rap na atualidade. Chama a atenção por sua lírica afiada, direta, cortante e denuncia também a estrutura, o racismo estrutural. O rap nacional sempre foi um sinônimo de resistência e em geral os músicos do gênero denunciam a desigualdade social do Brasil. Ele tem 26 anos, escreve desde os 16 e é considerado um dos nomes mais influentes do rap na atualidade.

As referências dele vão de Elza Soares, Milton Nascimento, Cazuza, ao funk e aos Racionais. Sobre sua arte, ele diz: “Não faço música para agradar, faço para confrontar”!

Seu primeiro disco, “Heresia”, de 2017, traz as severas críticas sociais e mensagens enfatizando o empoderamento negro. O disco foi considerado o melhor do ano na lista da renomada revista “Rolling Stones”.

Djonga tem a tradição de lançar seus discos sempre no dia 13 de março. O último, lançado em  2020, é o “Histórias da Minha Área”, e ele diz que a área dele com certeza traduz várias “áreas” do Brasil.

Foto: Reprodução/Instagram/@djongador

De BH para o mundo, ele geograficamente já ocupa um outro espaço saindo do eixo Rio-São Paulo. Djonga nasceu em Belo Horizonte, na Favela do Índio, e cresceu no bairro de São Lucas, Santa Efigênia. Cursou História na Universidade Federal de Ouro Preto até o último período, quando desistiu porque a música já dizia a que veio na sua vida.

No dia da indicação ao prêmio, Djonga foi matéria impactante no “Jornal Nacional”. Tudo tão diferente, colorido, original e verdadeiro. Que vibração.

As imagens que vimos são o oposto do que se tem notícia quando se fala de gente preta, pobre, marginalizada. Fiquei apaixonada e feliz em ver tanta verdade. O que sempre se vê na TV, principalmente no noticiário, em lugares assim, é a violência, atrocidades, a polícia, o absurdo e sensacionalismo. O que se viu com Djonga foi vida, alegria, trabalho, família, gente preta real e cheia de amor comemorando uma gigantesca e histórica conquista.

Djonga não deu entrevista dentro de um estúdio “pomposo”. De forma singular mostrou quem é, por que é e de onde veio.

A primeira imagem da matéria é do filho mais velho, de uma fofura explícita dizendo “pode entrar”! E a partir daí, tudo continuou sendo mágico, encantador, encantado e real.

Entram em cena os pais, sim, OS PAIS, juntos, abraçados, conscientes. A mãe diz que chamou o marido quando o filho desistiu da faculdade e disse “vamos entregar nas mãos de Deus”, abençoaram e o apoiaram para que seguisse o seu caminho. E que caminho de sucesso!

Foto: Reprodução/Instagram/@djongador

E entra a avó em cena, sensacional, apaixonante, carismática, D. Maria Eni Viana, de 84 anos, sua grande referência, que acompanha o neto genial nos shows. E ele segura o microfone para ela falar: “Nunca fui de sair pra festa, bar e farra, o tempo não dava! Agora estou tirando o atraso”. O estúdio mágico que Djonga construiu, e onde grava seus discos, fica justamente na casa da incrível avó.

Além desse respeito, amor explícito pela família e a demonstração da importância da mesma na sua vida, ele explica que é das origens que vem a inspiração, “Minha família é uma família de preto, gosta de fazer festa demais, entendeu? E em festa, uma das coisas que não pode faltar é música. Então, eu cresci ouvindo muita música, de tudo quanto é estilo que você imaginar”. O rap nacional faz história através dessa personalidade muito especial.

Temos que lembrar que um jovem negro (principalmente de periferia) é morto a cada 23 minutos. Quem sabe essa é a ponta do iceberg para mudar as estatísticas?

Foto: Reprodução/Instagram/@djongador

Djonga é um homem preto, estudioso, ultratalentoso, genial e “de família”, que quebrou regras e paradigmas e entrou para a história através da arte, da música. Que momento especial e único. Máximo respeito.

“O papel da arte de incomodar, de causar reflexão, para mim, é mais do que fundamental. Fora isso, é levar diversão e amor para o coração de todo mundo”, diz Djonga.

Paula Lima – Foto: Reprodução/Instagram/@paulaima

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