Paula Lima – Uma ode às mulheres, e que mulheres!

Salve salve, queridxs, todxs!

Feliz por estarmos conectados mais uma vez nesse espaço democrático e vibrante do Site RG.

Hoje quero compartilhar com vocês meus sentimentos sobre a força e a inteligência da mulher! Apesar de todos os pesares, esse momento que nós mulheres vivemos é muito especial.  Quero exaltar aqui a presença e a importância de mulheres que abriram caminhos para muitas de nós e se tornaram referências. Caminhos abertos em relação ao feminismo, às liberdades, aos acessos , ao respeito e à igualdade.

Elza Soares, rainha das rainhas, aos 90 anos, tem uma história de vida surpreendente. É de tirar o chapéu e o fôlego! Cantando e encantando, indicada agora mais uma vez ao Grammy Latino, nos ensina a arte de sonhar, viver e ser gente. Teve a sua vida contada e cantada através do livro “Elza”, escrito por Zeca Camargo, e também através do maravilhoso musical homônimo, de extrema emoção, uma obra-prima. É digno de muitos aplausos: a plateia aplaude de pé, e se entrar em cartaz pós-pandemia, não percam. Falta ar e sobra ar pela trajetória de vida e pelo talento que lhe sobra. Descobri Elza aos 13 anos e virei fã incondicional de lá pra cá. Ela é ícone, superação e não é à toa que é considerada a voz do milênio pela BBC. Sim, a cantora do milênio é negra, brasileira e feminista. Obrigada Elza!

Essa semana ouvi e vi entrevistas do poder chamado Zezé Motta, premiada atriz e cantora. Xica da Silva sempre esteve no meu imaginário, eu ficava fascinada ouvindo a minha avó contar a história, da escrava que virou “rainha”, realizou todos os desejos e ninguém ousou afrontá-la. Ela era o afrontamento. Era essa a parte que me interessava.

Fui assistir ao filme tempos depois da estreia, e a fascinante Zezé, tornava real a magia dessa mulher poderosa, livre e mais do que linda, muito inteligente. Vi ainda uma cena incrível dela no filme “Tudo bem” (1978), de Arnaldo Jabor. Zezé é ativista e é parte do movimento negro. Tantas histórias, cultura, obstáculos e grandes vitórias. Uma presença singular e um grande legado. Viva Zezé!!!

Outro dia vi cenas de uma das maiores cantoras do mundo, a rainha Alcione, apresentando o programa “Alerta Geral” na Rede Globo. Linda, absoluta, líder ao lado de grandes músicos, na maior emissora do País. Lá estavam Elza Soares, Clara Nunes, Martinho da Vila, Beth Carvalho, João Nogueira e grandes nomes. Sim, às sextas-feiras, no horário nobre durante dois anos, entre 1979 e 1981, essa mulher divina estava lá. E ela segue absolutamente maravilhosa.

Vou contar pra vocês que quando era pequena meu desejo era ser a Alcione… Imitava para os meus pais e para a minha avó. Ícone! Rainha Alcione também toca trompete… já falou coisas muito especiais pra mim, e usa a sua voz para defender causas.

Hoje indico o livro “Mulheres Brasileiras – a história não contada” de Paulo Rezzutti, com histórias incríveis de mulheres incríveis. Inspirador! Dentre os filmes, “A Vida Secreta das Abelhas” (2008), de Gina Prince-Bythewood, que é lindo e trata da aliança e proteção entre as mulheres. Também indico o filme “Harriet” (2019), de Kasi Lemmons: Impressionante, o filme conta a história de Harriet Tubman, uma escrava que se tornou abolicionista. Uma heroína que mudou parte da história escravagista americana.

Quero também registrar aqui o meu amor às outras mulheres que trago comigo e que fizeram eu ser quem sou: minha avó Marina, minha tia Lena e a minha mãe, Dulce. Logo mais escrevo sobre elas. Elas tinham a sabedoria, o conceito claro sobre liberdade e independência, sentimento e desejo de prosperidade.