Thelinha, Viola Davis e Djamila Ribeiro surgem deslumbrantes em capas de revistas (Arte: Atila Brito)
Por Paula Lima
Um novo tempo negro, brilhante, feminino e inquestionavelmente competente emerge no Brasil. Eu e milhares de pessoas de todas as cores e gêneros temos profunda admiração por essas mulheres singulares! Um novo olhar sobre a mulher negra ocupando espaços até então reservados para outras mulheres, diferentes de nós, se torna real e explícito. Tamanha a força, o poder, o engajamento e o sucesso que @majucoutinhoreal (jornalista); @djamilaribeiro1 (escritora, pensadora e ativista); @thelminha (médica e vencedora por voto popular do maior reality-show do Brasil) fazem!
A partir desta primeira publicação, invoco a presença de @teresacristinaoficial , conhecedora singular da música brasileira, rainha das lives nessa pandemia, amiga de música e pensamentos profundos; @violadavis, atriz de absoluta grandeza, ativista, ganhadora do Oscar e todos os prêmios dos quais se tem notícia e #MichaelaCoel, inglesa, criadora, roteirista, diretora e protagonista da genial série “I may destroy you”. Aqui temos também a presença das jornalistas à frente da informação sobre a pandemia e o caos político brasileiro que vivemos, são elas: @flaviaol, @alinemidlej (ambas fazendo toda a diferença na GloboNews, e pra minha sorte são minhas amigas) e @flaviaealima (minha prima power, mente brilhante, ombudsman da @folhadespaulo). Todas geniais.
Todas essas mulheres são capas de revistas de peso desse mês, desses dias! Estão criando uma nova estatística: mulher preta tem poder! Alguns dirão que os veículos abriram espaço pós “Black Lives Matter” ecoando por aqui e pelo mundo. Não creio que seja tão simples assim. Contra fatos não há argumentos! Elas são sucesso absoluto e ponto! E se destacam pela criação, competência, conteúdo, empoderamento e inteligência. Sim, meu orgulho e empoderamento estão nas alturas! Essas mulheres, negras, chegam como um bálsamo de força e luz nestes tempos absurdamente violentos em relação às questões raciais e tantas outras.
Tenho que acrescentar que a luta é ainda mais digna de aplausos, pois posso afirmar que não existe no mundo mulher negra que não tenha vivido de forma real o racismo, a intolerância, o machismo, a misoginia, as portas fechadas pela cor e a hipersexualização. Elas venceram todos esses obstáculos neste lugar de injustiça e dor.
Dissertando um pouco mais sobre a belíssima foto de Viola Davis: ela foi feita por Dario Calmese, o primeiro fotógrafo negro a fazer uma capa para a revista @vanityfair. Ele explicou, sem o uso das palavras, a sua inspiração para a foto da diva: a capa e foto icônicas de Viola, explanam a seguinte frase: “Minha vida inteira tem sido um protesto”. Sabemos bem o que isso quer dizer.
Essas mulheres incríveis nos trazem verdades, originalidade, conhecimento, reflexões, nova consciência e esperança por um futuro mais justo, sólido e interessante. Mostram que o feminino, o feminismo, a diversidade e a pluralidade são a “chave mestra” do mundo. Mulheres extraordinárias trazendo um novo conceito sobre mulher, e sobre mulher negra. Essenciais. Momento extremamente significativo e histórico!
Paula Lima é cantora, compositora e apresentadora. Atualmente, está à frente do “Chocolate Quente” na Rádio Eldorado. Também é uma das diretoras Na União Brasileira de Compositores (UBC).
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site RG.