A teoria prevalente é de que o chocolate foi criado há cerca de 3 mil anos pelo povo Meca. De lá para cá, houve muitas mudanças. A iguaria se espalhou pelo mundo e surgiram novas versões em relação à composição e à tonalidade. Em 1930, a Nestlé lançou a última inovação nesse sentido: o chocolate branco. Agora, uma empresa pretende revolucionar o mercado com o chocolate rosa, já disponível no País.
A Barry Callebaut é a maior processadora de cacau do mundo e fica na Suíça. Em 2017, a empresa divulgou uma receita secreta desenvolvida durante uma década, o chocolate rubi. A produção é totalmente natural e não depende de nenhuma adição de corante. Isso é possível por causa de um tipo especial de grão de cacau, encontrado em países como Costa do Marfim, Equador e Brasil. A marca não é registrada, mas a fórmula ainda é guardada a sete chaves. Apenas a Nestlé lançou em 2018 uma versão do Kit Kat com o chocolate rosa, mas em uma edição limitada.
Depois do chocolate ao leite, amargo e branco, o chocolate rubi pode ser considerado a quarta inovação do mercado para um doce tão antigo e foi apresentado como uma intensa experiência sensorial. Chegou primeiro na Ásia e depois se expandiu para outras partes do mundo. No Brasil, o doce passou a ser vendido oficialmente em fevereiro e já pode ser aproveitado de forma pura ou ser levado ao forno para uma receita especial.
Agora, a Barry Callebaut ensaia a entrada no mercado dos Estados Unidos. “Sabemos que há muito apelo já há algum tempo”, disse Bas Smit, vice-presidente global de marketing da empresa em entrevista por telefone à Bloomberg. “O mercado de testes que fizemos com alguns artistas pioneiros funcionou muito bem, o que nos levou a tomar a decisão de que o próximo passo será nos EUA, o maior mercado de chocolates do mundo”, completa.
Mas ainda existem alguns desafios. A empresa suíça ainda depende da autorização do órgão regulador de alimentação e medicamentos dos EUA para poder chamá-lo de chocolate. Por enquanto, a invenção só pode ser nomeada de cobertura rubi. Dessa forma, ele é encontrado no país como barra de cacau rubi e trufa de cacau rubi. O doce também já chegou ao Canadá e é vendido pela Nestlé, mas também precisa passar por um processo semelhante para ser classificado como chocolate.
Algumas características tornam o chocolate rosa muito requisitado e uma das principais tendências desse mercado para 2019. Ele é produzido a partir de 50% de cacau, não possui corante e o sabor é peculiar. Além disso, é mais cremoso, frutado e faz uma combinação entre um sabor doce e cítrico. Para não perder a coloração, o doce passa por um processo de fermentação especial. Os flavonoides, substâncias que dão origem à tonalidade do chocolate rubi, possuem função antioxidante e anti-inflamatória.