Oito de março é marcado como o Dia Internacional das Mulheres, data criada para comemorar os feitos e esforços de gerações de mulheres, que buscam a igualdade de gêneros. Como toda festividade, o dia foi se tornando mais uma desculpa comercial do que uma lembrança das mortes e violências sofridas diariamente por moças que apenas buscam o que já deveria ser um direito: o respeito.
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Você não precisar ser feminista ou sentir qualquer ligação com o movimento para concordar que existe uma desigualdade a ser acabada. Muito já foi feito, mas o caminho ainda é longo. Salário, respeito sexual e liberdade de expressão são direitos pesados em balanças diferentes para homens e mulheres e são combatidos com ações diárias.
Por isso, para refletirmos de verdade sobra a importância do Dia Internacional da Mulher, o Site RG separou algumas ações que são lembradas apenas nesse dia e indica substitutos diários:
Cumprimentar o valor da sua mãe, irmã e amiga
Que mulher não tem seu WhatsApp, Facebook ou Instagram bombardeado por mensagens (na maioria das vezes, pegas prontas) que valorizam seus esforços diários e celebram sua força? Mas que tal ao em vez de pensar nisso apenas em março, valorizar essas ações ao longo de todo o ano?
Não precisa sair na rua elogiando todas as mulheres do mundo, comece pelo seu círculo de amizade. Agradeça e valorize as coisas maravilhosas que suas amigas, mãe, filha, irmã, esposa, namorada etc. fazem, seja profissionalmente ou não. Todas as pessoas têm dons e se esforçam para cumprir objetivos que não são fáceis e não há nada melhor do que ser reconhecida por isso.
Presentear sua funcionária com flores
As empresas costumam achar que 8 de março deve ser comemorado com um mimo, sejam flores, chocolate ou tratamentos estéticos. A quantidade de preconceitos embutidos nessa prática são infinitos. Não necessariamente ser mulher significa que rosas são incríveis ou que tudo o que você quer é pintar as unhas.
Em vez disso, valorize o trabalho de suas funcionárias incentivando direitos iguais. A maioria das empresas ainda diferenciam o salário entre homens e mulheres, mesmo quando ambos têm as mesmas funções e formação.
Parabenizar o “dom de ser mãe”
Ser mulher não se resume a questões biológicas, muito menos ao fato de que podemos gerar vidas. Nem toda mulher é, deseja ser ou é apenas mãe, então não as reduza a este papel. Perpetuar mensagens como “responsáveis por gerar vida” gera a sensação de que esse é o único motivo pelo qual devemos ser respeitada.
Promover palestras de “conscientização”
Debates que incentivam conscientização sobre o papel das mulheres são ótimos, mas diversas vezes esse é o presente considerado alternativo para se fugir dos clichês desse dia e acabam servindo apenas como um tempo perdido para se ouvir o que já sabe. Não que essas conversas não devam ser incentivadas, mas há alguns detalhes devem ser atendidos.
O primeiro e mais importante é: jamais coloque um homem para falar sobre ser mulher. Este não é seu espaço de fala e apenas perpetua um discurso decorado e desmotivador. Outro fator é prestar atenção em quem é o verdadeiro publico alvo desse tipo de evento: é mais válido convidar os homens a repensar em como a sociedade enxerga as mulheres do que promover mudanças nas que já as pedem e promovem.
Abordar mulheres na rua
Cumprimentar desconhecidas no metro, farol, elevador ou qualquer outro lugar público não é uma demonstração de respeito e, algumas vezes, pode até mesmo extrapolar algumas barreiras de espaço privado e ser enxergado como um abuso moral. Esta não é uma data feita para vestir uma fantasia de cavalheiro e ser o homem exemplar uma vez no ano, mas para lembrar de que devemos fazer isso sempre.
Por isso, adote outras ações diárias que vão na contramão dos abusos que sofremos diariamente. Ao invés de fazer o que foi citado no texto se esforce para mudar hábitos centenários que já sabemos que não são agradáveis, como não entender o que “Não” significa – acredite, não é charminho -, abordar mulheres na rua por sua aparência física ou depreciar ações feministas. Acredite, a gente só quer igualdade e ia preferir que não existisse um dia que marcasse uma batalha sem fim.