A conturbada relação do Japão com as tatuagens ressurgiu com um novo “escândalo” quando o influencer e celebridade Ryucheru postou selfies no Instagram de suas tatoos, no último dia 19. Ryucheru (Ryuji Higa), de 22 aos, é um modelo bastante conhecido e casado com a também modelo e celebridade Tetsuko Okuhira (Peco). Ambos são considerados ícones da moda genderless no Japão e cada um deles tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.
Ryucheru postou fotos exibindo de forma orgulhosa o nome de sua mulher e de seu filho, feitas no braço. O que deveria receber demonstrações de apoio e likes, na verdade foi o que bastou para gerar a maior polêmica. Muitos usuários criticaram as tatuagens alegando que essa não é a forma adequada de um pai mostrar o amor que sente por sua família.
Ryucheru respondeu às críticas com um post no Instagram explicando que há três anos já planejava essas tatuagens. Anteriormente, ele gravou um videoclipe em homenagem ao filho.
O Japão tem uma cultura antiga e forte com tatuagens, só que recentemente isso foi associado de forma incorreta à Makuza, que é uma máfia japonesa. Assim, muitos julgam que pessoas tatuadas automaticamente têm relação com mafiosos [o que não procede].
Na briga para aliviar esse preconceito, muitas jovens – entre elas a conhecidíssima artista Namibe Amuro – assinaram um documento que pede tolerância e aceitação para com as pessoas que optam por ter uma tatoo no corpo. Casas de banho públicas, piscinas e outras instalações têm banido a entrada de pessoas tatuadas como forma de tentar afastar a criminalidade.
A situação é tão relevante que chega a atingir estrangeiros, que porventura tenham uma tatuagem, já que por essa razão eles também são impedidos de desfrutar as principais fontes termais e casas de banhos do Japão aos serem associados à Makuza.