Vem aí o Red Bull Music Academy Festival!
Por Ricky Hiraoka
Entre 2 e 11 de julho, acontece pela primeira vez em São Paulo o Red Bull Music Academy. Um dos destaques da programação é a mostra inédita sobre os 30 anos de carreira dos Racionais MC’s, que traz mais de 500 itens, entre vídeos, fotos e objetos referentes à história do mais importante grupo de rap do Brasil. Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay também participam de conversas dentro do festival. Akon Bicudo, curador do Red Bull Music Academy Festival, falou com a coluna.
Como o Red Bull Music Academy Festival foi adaptado para acontecer em São Paulo? Em que aspectos ele difere do resto das edições que ocorreram em outras cidades e do Red Bull Music Academy que ocorreu em São Paulo em 2002?
Em 2002 tivemos por aqui uma edição da Red Bull Music Academy, evento que ocorre anualmente e seleciona cerca de 60 artistas para residência em alguma cidade do mundo, com ciclo de atividades que duram um mês. Já o festival, que acontece há cinco anos em Nova Iorque e há dois em Paris, acontecerá aqui pela primeira vez em São Paulo, reunindo shows, palestras, workshops e exposições. Seu principal diferencial em relação às outras edições é o olhar voltado para a cena local, que passa por um momento de grande efervescência.
Como foram escolhidos os locais de apresentação e os artistas que compõem o line-up?
O critério na escolha dos artistas foi baseado na relevância que estes possuem na cena musical da qual fazem parte. O festival se propõe a ser não apenas um evento, mas também uma situação de experiência para o público, onde o trabalho autoral dos artistas possa ser vivenciado de maneira mais profunda e significativa. Isto guiou em grande parte a escolha dos lugares, reunindo uma programação que passa por clubs, locais não-convencionais e espaços públicos.
Como essas iniciativas como Red Bull Music Academy Festival ajudam a modernizar a cena noturna de uma cidade?
Mais do que modernizar uma cena, esta edição do Red Bull Music Academy Festival tem como intuito impulsionar talentos e proporcionar um diálogo entre artistas novos e consagrados. Queremos valorizar a pluralidade do cenário musical atual, contribuindo para o crescimento da cena local.
Falou-se muito sobre Céu ser a única brasileira no line-up do Lolla. O Red Bull Music Academy Festival São Paulo tem várias brasilidades como atrações, além de uma noite queer. A proposta do evento sempre foi ser inclusiva?
De maneira natural, reunimos artistas de representatividade no universo feminino, queer e outros. Sendo este um evento que olha primordialmente para a cena local, não poderíamos deixar de ser inclusivos, entendendo que um festival de relevância deve valorizar a força de identidade de maneira horizontal, sem divisões e hierarquias baseadas em questões de gênero.