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Coluna Ricky Hiraoka: Vai um nude aí?

Por Ricky Hiraoka*, colunista de RG

Que fique sem 4g aquele que nunca mandou ou recebeu um nude na internet. Sensação das redes sociais, os nus viraram matéria-prima para o trabalho do Fabio Motta, que ganhou notoriedade no Instagram com imagens de corpos masculinos como vieram ao mundo. Diariamente, mais de 100 mil seguidores acompanham os cliques de Fabio. Na entrevista abaixo, o fotógrafo fala sobre seu trabalho.

Como surgiu a ideia de fotografar homens nus?
O primeiro nu que fotografei foi em 2004, uma amiga minha, Lu Massis, no Copan. Dessa foto surgiu a iniciativa de criar o projeto Curvas Concretas – que fotografava várias mulheres nuas no Copan. Essas fotos foram publicadas em vários canais, inclusive na Folha, mas o projeto foi barrado, por ter sido considerado pelo síndico, algo negativo para o condomínio, transmitir um senso de prostituição. Após esse episódio, amigos me procuraram querendo ser fotografados, e foi natural, ampliar o assunto das fotos para os homens também.

Homem nu ainda é tabu?
Gera um certo desconforto, porque é provocativo. Contudo, não apenas em sentido pejorativo. Percebi que as reações do público são parciais, às vezes não tão boas, mas em muitas vezes, positivas, de pessoas que elogiam, se oferecem para participar e até entram em contato para adquirir a imagem por uma compra.

O Instragram é um grande portfólio do seu trabalho. Você sofre muita censura lá? Gente que denuncia as fotos?
Sofri e sofro censura no Instagram, já tive imagens deletadas. Alguns usuários denunciam a imagem e a rede exclui a foto. Mas é uma ação de menor importância perto do retorno que tenho e do propósito do projeto. No Instagram há boa visibilidade do meu portfólio, há um contato direto com o público e troca de opiniões. Eu leio e capto todos comentários, inclusive surgem inspirações a partir deles. A série se iniciou no Instagram, a rede ajudou tudo isso acontecer e vou continuar a publicar lá.

Você se fotografa nu?
Não me fotografo nu. Nunca sou eu nas fotos do projeto.

Em tempos de redes sociais, os nudes se popularizaram. Que dica voce dá para quem quer se fotografar nu?
Não há uma técnica para finalidade pessoal. A pessoa deve estar com a auto-estima boa, só isso, e naturalmente a troca e o envio de imagens vai ser estimulante.

Qual o grande barato de fotografar nu?
Esse tipo de imagem me interessa por não ser muito comum. As formas curvilíneas dos corpos são sinuosas e expressivas. E ao mesmo tempo se contrastam com a situação que os participantes são expostos. No projeto Faceless, ao contrário do que muitos imaginam, que é um ensaio super produzido e de vários testes, não é. É bem rápido, questão de pouco tempo. Já fiz uma sessão de 20 minutos. Esse processo também me fascina. É uma maneira de explorar outros modos em busca de um resultado que idealizei no início da criação.


LOOK DO DIA: NUDES
Acostumada a vestir grifes e mostrar o look nosso de cada dia nas redes sociais, a blogueira Thassia Naves se despiu literalmente para as fotos da campanha da marca The Body Shop. A nudez foi por um bom motivo: o cachê recebido será destinado para instituições que cuidam de crianças carentes. “Na vida real, nunca tirei nudes! Morro de vergonha só de pensar em mandar”, afirma. “Ficaria com vergonha! Imagina se a foto se espalha”. Clicada por Fernando Schlaepfer, fotógrafo que criou o projeto #365nus, a blogueira acredita que nudes é uma forma de expressão artística. “As pessoas sempre pensam nos nudes ligados ao sexo, mas dá para se expressar com os nudes, como fazemos com o look do dia”.


NUDES NA NIGHT
E para aquele que são mais extrovertidos, a dica do fim de semana em São Paulo são duas festas que não se importam muito com o figurino dos baladeiros. Tanto na Dando, que rola hoje no Clube 205 (Largo do Arouche,205) quanto na Kevin, marcada para este sábado no The Cube (Rua Álvaro de Carvalho, 380), a proposta é usar a menor quantidade de roupa possível. Neste calor, a gente até agradece essa opção de dress code!


*Ricky Hiraoka foi titular do Terraço Paulistano, coluna social de VEJA SP, por três anos. Hoje, trabalha como roteirista e escreveu programas para E! Entertainment, Multishow e SBT. Quando não está escrevendo, está na noite de SP caçando histórias curiosas e gente interessante.

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