Por André Aloi
Enviado especial a Miami, nos Estados Unidos*
Quando o dólar estava em seus áureos tempos, o brasileiro não pensava duas vezes onde iria gastar seu dinheiro: na capital das compras Miami, nos Estados Unidos, com certeza. Em 2015, o número de visitantes brasileiros na Flórida foi de 1.64 milhões de pessoas. Entre o ano passado e o anterior, houve um pequeno aumento sentido em Miami: cresceu em 2% o número de turistas brasileiros: saltou de 732.884 para 747.542 visitantes.
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Mas foi-se o tempo em que o dinheiro rendia e compensava comprar eletrônicos ou roupas. Com a nossa moeda beirando os R$ 4 (se a gente contar os impostos e IOF, que encarecem as mercadorias) e a crise financeira a pleno vapor, as companhias aéreas têm oferecido cada vez mais promoções para fazer bate-volta em pequenos feriados. Esse movimento tem também mexido com o posicionamento da cidade em relação ao Turismo.
Claro que os guias turísticos (impressos também em português) trazem as principais rotas de consumo. Mas o escritório que cuida disso tem apostado em fisgar o brasileiro pelos atrativos culturais, como shows, exposições e experiências voltadas para lifestyle. RG fez um roteiro que destaca a vida cultural da cidade, e não apenas essa ode ao consumo.
Dando uma volta pela cidade, percebe-se uma inquietação arquitetônica: muitos prédios sendo construídos. Na região da Baía Biscayne, um condomínio de alto padrão, chamado One Thousand Museum, projetado por Zaha Hardid, está prestes a ficar pronto. Do outro lado da rua, o Patricia and Phillip Frost Museum of Science vai ganhando forma. É a mescla de planetário e aquário (onde será possível ver tubarões e barracudas). Deveser lançado ainda esta ano, então é bom colocar no radar.
Colado ali, já de pé, o Pérez Art Museum Miami (Pamm) chama a atenção por sua imponência. Projetado por Herzog & de Meuron, sua arquitetura privilegia sombras, plantas e aproveitar ao máximo a luz natural, que entra pelas enormes janelas. Com exposições em cartaz, algumas chamam a atenção. São as de Doris Salcedo e Michele Oka Doner. Além dos videofragmentos de Beatriz Santiago Munos, chamados A Universe of Fragile Mirrors. Após a visita, aproveite para almoçar no restaurante orgânico de sugestivo nome Verde, com vista privilegiara para a Baía, brisa fresca e paisagem monumental.
Se você for do tipo que gosta de museus, e prefere algo como a Vila Madalena (em São Paulo), vai se encantar por Wynwood Art District. De dia, recebe grande número de pessoas que vai para lá ver os paineis de grafite (como o Beco do Batman, na capital paulista), pintados por diferentes artistas – brasileiros inclusive, como osgemeos e Kobra. Também há uma infinidade de galerias de arte, lojas das mais diversas, estúdios de tatuagem etc. À noite, a região se entope de jovens desde os mais fancy aos descolados, que vão para lá para curtir o happy hour ou apenas fotografar as paredes repletas de arte.
Aberto no fim do ano, o restaurante KYU é o asiático cool do momento. Fica no coração do agito e o cardápio é uma mescla de opções feitas nos fornos à lenha e elétrico. Em volta do salão, há tocos de madeira, que dão um toque à decoração. E talvez, a coisa mais divertida de lá é que – quando você vai ao banheiro – a música ambiente fica mais alta, que parece uma balada. RG experimentou porções da burrata com um toque de tangerina, assim como a couve-flor gratinada com molho wassabi, polvo grelhado e a garoupa com feijões brancos. Não deixe de experimentar o bolo gelado, receita de família. Refresca a alma!
Natureza é a sua praia? Então, talvez, o Vizcaya Museum & Gardens pode ser o que você precisa conhecer. Por dentro, ele oferece uma volta aos tempos coloniais, ao mostrar um palacete em estilo renascentista com muitos cômodos, que permanecem intactos – o espaço é museu mesmo, com zero interação. O mais bonito dali são os jardins, e a vista de trás da casa para o mar, ambos do lado externo da casa.
Ainda na linha musical, RG recomenda fortemente as noites de cabaré do The National. Ao passar pelo hall, você se transporta para um bar digno da Era do Rádio. Os funcionários são os cantores, acompanhados de uma pianista, e atendem a pedidos. Há uma brincadeira de que quanto maior a gorjeta, maior o teor alcóolico dos drinks. O mais legal é a carta de martinis, que leva os nomes de cantores famosos, como Elvis Presley, Liza Minnelli e Celia Cruz. No repertório, soul de raiz a divas do neo-soul: Willie Nelson a Regina Spektor, passando por Adele.
Para finalizar este tour em grande estilo, no fim de semana que passamos por lá, assistimos ao show de Ellie Goulding no American Airlines Arena (casa de shows com arquibancada, mas que – por fora – lembra o Citibank Hall de SP). No último fim de semana, foi a vez de Selena Gomez (com participação de DNCE, de Joe Jonas). Mas tantos outros artistas também passarão por lá ao longo do ano, como Adele (com ingressos esgotados) e Justin Bieber.
CALENDÁRIO
Evento dos mais importantes do calendário cultural, a Art Basel de Miami está programada para os dias de 1 a 4 de dezembro. Há 32 anos, o Festival Internacional do cinema de Miami acontece sempre em março, com diversas celebridades passando pelo red carpet e prestando sua homenagem aos filmes latinos, americanos e do mundo inteiro. A Parada LGBT também tem sua relevância. Acontece, geralmente, em abril.
Outra temporada que tem ganhado grandes proporções é a de cruzeiros, que acontece a partir de novembro, com companhias do naipe da Norwegian Escape e Carnival Vista. Em 2017, a nova geração de navios da MSC Seaside aporta no PortMiami. No ano seguinte, é a vez do Royal Caribbean. Em 2020, a Virgin Cruises vai ampliar seu itinerário.
*O repórter viajou para os Estados Unidos a convite do Visit Florida – bureau de Turismo do estado – e foi ciceroneado pelo Visit Miami, escritório que promove o Turismo da cidade americana. Nosso QG foi montado no hotel boutique Delano, de Miami Beach, e os traslados com um carro oferecido pela empresa de aluguel Hertz.