Por André Aloi
Para se conseguir um date hoje em dia, é só dar coraçãozinho no crush ou então aquele ‘swipe right’ (virar para a direita) nos muitos aplicativos de relacionamento, que é só baixar no celular. Se os dois se gostarem, abre uma caixa de diálogo para o papo fluir.
Leia também: MeuPatrocínio.com: site de relacionamentos à lá “Bonequinha de Luxo”
Com a chegada do Dia dos Namorados, um novo jeito – diferente e personalizado – de arranjar aquele encontro – é fazer uma espécie de “classificados” com os amigos no Facebook. O jornalista Iran Giusti, criou um grupo fechado no Facebook com a ideia de juntar amigos e amigas “incríveis” que tinha. “Era algo mais pessoal mesmo”, argumenta. Atualmente, 800 pessoas fazem parte e logo após a data comemorativa, o grupo é excluído.
Neste 2016, é a quarta vez que ele monta este grupo secreto na rede social, e acredita que já tenha juntado – entre namoros e casamentos – cerca de 30 casais. “Se for encontrinhos, sexo e coisas mais breves não tenho a mínima ideia, mas pelo menos uns 500”, situa. “Nos aplicativos, é você e uma pessoa, só. No grupo, é um montão de gente falando besteira, coisas fofas, trocando ideia. É como na vida: é muito mais fácil você achar pessoas interessantes em um espaço em que está com amigos”.
Em cada anúncio, o “solteirão” ou a “solteirona” devem ser indicados por amigos, citando suas melhores qualidades e preferências (tudo por tópico). Há até uma espécie de dialeto próprio. CLT (em referência ao método de contratação de trabalho) é para aquela pessoa que é exclusivamente algo (gay, bi, hétero). Os FRILAS são os que buscam novas experiências, e não estão presos a uma orientação sexual, mas não necessariamente são bissexuais.
“A coisa que eu mais amo no Date (nome dado ao grupo) é a diversidade. Eu sempre gosto de bater nessa tecla: o Date não tem gênero, não tem orientação sexual, não tem raça. É todo mundo falando com todo mundo, todo mundo ficando amigo, todo mundo conhecendo um pouquinho mais do universo do outro e isso me deixa muito feliz”, derrete-se o criador.
Nesses quatro anos, Giusti viu casais que em quatro meses venderam tudo e foram fazem mochilão, os que começaram relacionamentos de poliamor, casal que tá namorado desde o primeiro ano. “Tem gente que mudou de estado por conta de pessoas que conheceram no grupo. O que não falta são histórias incríveis”, pontuou. No sábado (11.06), o criador do grupo vai abrir a porta de sua casa para o que ele chama de “date coletivo”.
CASES DE SUCESSO
Em meio às postagens de anúncios dos solteiros, há aqueles que contam suas histórias. O casal formado por Thiago Benedetto e Nathalia de Matos se conheceu por acaso no grupo. Estão há três anos juntos: “eu só fui encher o saco (dela)… Isso rendeu uma visita dela a São Paulo e um encontro extremamente gostoso. Depois desse dia, não nos separamos mais”, comenta o rapaz.
Em outra mensagem de encorajamento para os novatos, Iaci* afirma que conheceu algumas pessoas incríveis e ganhou amigos para toda vida. No ano passado, ela passou do status de solteira a casada em quatro meses. “Largamos tudo para viajar o mundo com uma mochila nas costas. Estamos fazendo isso há quase um ano, trabalhamos pela internet e também realizamos trabalhos voluntários em troca de alimentação e estadia”.
*Como o grupo é secreto, optamos por usar apenas os primeiros nomes a fim de preservar a identidade.