Por Carol De Barba
Já ouviu falar do MeuPatrocínio.com? A proposta chegou ao Brasil acompanhada de burburinho: é o primeiro e maior site de relacionamentos com benefícios mútuos do país. Não entendeu? Digamos que Jennifer Lobo, a jovem empreendedora e fundadora da plataforma, inspirada pelo clássico “Bonequinha de Luxo”, transformou o clássico do cinema baseado na obra de Truman Capote em uma ferramenta concreta.
Na história, Holly Golightly é uma acompanhante de luxo que sonha em casar com um homem rico e se tornar atriz em Hollywood. Ela recebe ajuda financeira de Sally Tomato, um mafioso com quem se encontra semanalmente. E, apesar de interessar-se por outros pretendentes, não se deixa levar por amores que contrariem seus objetivos de tornar-se rica. A mesmíssima lógica do MeuPatrocínio.com: uma plataforma de namoro entre Sugar Daddies (homens bem-sucedidos, mentores que procuram uma princesa para mimar, como eles descrevem) e Sugar Babies (mulheres atraentes, inteligentes, ambiciosas e com metas claras, que procuram alguém para apoiá-las mentalmente, emocionalmente e financeiramente).
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Jennifer é filha de pais brasileiros, porém nascida e criada nos Estados Unidos. Em entrevista a RG, ela conta que percebeu o potencial do negócio quando morou em Nova York. Nos cinco anos em que cursou a universidade, observou o surgimento e o sucesso de negócios similares. “Quando retornei ao Brasil, há três anos, achei que não era a hora, e comecei a trabalhar em diferentes start ups. Agora, além de ser um momento bom pessoalmente, achei adequado também por causa da crise”, diz
Para entrar no MeuPatrocínio, é preciso preencher um cadastro que só será aceito depois de aprovado pelos administradores do site. “Verificamos se a foto é real e se os textos não têm nada indevido. A nossa comunidade tem que ser muito transparente”, explica Jennifer. A principal preocupação é que as Sugar Babies não estejam oferecendo nenhum tipo de serviço – no blog da plataforma, eles fazem questão de deixar bem claras as diferenças entre sua proposta e prostituição. “Implantamos até uma ferramenta para denunciar possíveis abusos”, completa.
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Em poucos meses, o MeuPatrocínio conta com 19 mil usuários – 80% dos quais, mulheres (os números são do começo deste ano). O bairro dos Jardins, em São Paulo, é o local com o maior número de Sugar Daddies cadastrados. Os da categoria Premium (o cadastro deles é pago) tem renda média declarada de U$ 54.000.
Dentre as usuárias (que entram de graça), 59% são estudantes universitárias com média de idade de 23 anos. As instituições mais frequentadas são as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Pontifícia Universidade Católica (PUC) e a Universidade Paulista (Unip). No ranking de cursos, Direito leva o primeiro lugar, seguido por Administração, Psicologia, Moda e Comunicação Social. “Por que competir por bolsas cada vez mais raras se você pode encontrar um homem maduro e generoso que pague a faculdade e ainda construa um relacionamento saudável?”, indaga Jennifer.
Por enquanto, apenas homens podem patrocinar mulheres. Sexista? “Optamos por esse modelo somente para introduzir o conceito no país”, justifica a empresária. Segundo ela, muito em breve, o MeuPatrocínio será aberto a Sugar Mammas, Sugar Babies masculinos e todas as possibilidades de relacionamentos entre os usuários.
Polêmico? “Sempre há diferenças de opinião, pessoas que não vão gostar. Tentamos explicar muito bem a proposta, mas acho que isso sempre acontece com algo novo”, avalia Jennifer.