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Hussar Tchok cria chocolates artesanais com ingredientes húngaros

Por Carol De Barba

Se em vez de um raio gourmetizador a gente pudesse apontar um raio encantador para um chocolate, o resultado provavelmente estaria no menu da Hussar Tchok. A marca tem a proposta de fabricar chocolates finos artesanais com um toque húngaro, envolvidos sempre por histórias emocionantes.

A chocolataria foi criada pela húngara Tünde Albert, que mora no Brasil há três anos. Tünde tem formação em Letras, trabalhou com distribuição e promoção de filmes, e gosta tanto de doces que, depois de dois cursos na Chocolate Academy, a paixão pelo chocolate acabou virando negócio.

“Doce favorito?! Hm… aquele que não conheço ainda. O Brasil tem tanto doce maravilhoso que não tem como falar sobre um. Estou na fase de descobrimento, quero conhecer tudo que é novo e não sinto falta dos sabores antigos”, conta.

O foco da Hussar Tchok, no entanto, é justamente trazer ao Brasil um gostinho da Hungria, com ingredientes raros ou desconhecidos por aqui. A paixão de Tünde por contar histórias também acompanha cada criação. Hussar é um tipo de cavalaria criado em sua terra natal e que faz parte de diversos exércitos (a Inglaterra tem até hoje!). Tchok significa beijo em húngaro. Assim, nasceu a “mitologia” da Hussar Tchok e cada doce virou também um elemento das aventuras do hussardo que se apaixonou pelas mulheres brasileiras.

Dentre as opções de chocolates, destaque para os bigodes, associados ao poder e ao vigor do hussardo. Eles são feitos com semente de papoula e ameixa embebida em pálinka, uma aguardente de ameixa da Transilvânia feita pelo próprio pai de Tünde, na Hungria.

O coração de chocolate tem ligação com o folclore húngaro, o sentimentalismo e a nostalgia do hussar. “E, claro, ao fato que ele querer conquistar as mulheres”, brinca. Eles são inspirados em um típico pão de mel húngaro, e levam ganache com nozes caramelizados em manteiga e mel e uva passa branca embebida em vinho Tokaji (famoso vinho branco de sobremesa da Hungria). “Usei motivos típicos que decorei à mão. Pintei com manteiga de cacau colorida. É um processo longo, preciso passar uma camada muito fina de chocolate com pincel em cima da decoração”, descreve.

Outro doce, o crocante, leva uma combinação bem típica da confeitaria húngara: nozes e damasco. O menu inclui, ainda, bombons de flores com sabor de rosa, flor de laranjeira e lavanda, feitos com pura água de rosa, água de flor de laranjeira e uma lavanda orgânica que também veio da Hungria. Logo, também devem entrar para o cardápio jasmim e flor de lilás.

“Com tempo gostaria de incluir ingredientes locais, inclusive chocolate brasileiro, já que estou na terra do cacau. O Brasil tem um potencial gigante nesse mercado, a qualidade está melhorando muito, mas ainda é desvalorizado pelos brasileiros”, conclui.

Por enquanto, a produção de Tünde ainda é bastante exclusiva. Ela costuma comercializar seus chocolates no Bazar da Praça (evento periódico com artistas que produzem de forma artesanal e sustentável) ou sob encomenda, pela página da Hussar Tchok ou pelo contato@hussartchok.com.br.

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