Cactos, agaves, aloes. Essas são as plantas que compõem o “Jardim do Sertão”, criado por Marcelo Faisal para a Casa Cor 2015. São plantas brasileiras e exóticas, mas todas pertencentes à zona tropical… A escolha foi muito além da estética. “Esse trabalho é uma crítica muito grande a essa crise hídrica e ao uso irresponsável da água”, explica.
Crítica coerente e funcional. O jardim de 700m² precisa ser regado uma vez a cada 20, 25 dias e é 100% permeável. “Não temos nenhum piso construído, são todos sobre solo, com liberação gradual de água. O deck é de madeira de reúso e mesmo assim a gente tem um resultado bastante bonito”, conta o paisagista.
Feito em velocidade recorde (apenas 15 dias), o jardim ficou pronto muito antes da abertura do evento que aponta as principais tendências de decoração. E, desde então, tem sido motivo de muitos elogios. “O mercado é mais comercial e romântico. Quer florzinhas, plantas mais desenhadinhas. Mas eu acredito que a visão esteja mudando. Plasticamente falando, as pessoas estão começando a ver beleza nos cactos”, reflete Marcelo, que ainda deu a dica: segundo ele, esse tipo de planta protege contra o mau olhado.
Se é verdade, não há como provar. Mas que evita rombos na conta bancária, evita. Apesar do tamanho e da estética chamativa, o projeto custou 30 mil reais. “Podia se chamar ‘Jardim da Crise’. A ideia é despertar a necessidade de contratar profissionais mais responsáveis, que estão envolvidos com economia, baixa manutenção”, resume. Conseguiu.