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Em hotel de selva, Floresta Amazônica pode ser desbravada com conforto

Por André Aloi

No sul da floresta Amazônica, em Mato Grosso, existe um lugar em que é possível desbravar o ecossistema, caminhando por mais de 30 km de trilhas, conhecer as serras, ou ainda descer correnteza abaixo em um rio, praticando canoagem. É o hotel de selva Cristalino Lodge, que oferece turismo para quem gosta de natureza, mas ao mesmo tempo conforto.

A dona deste lugar é uma ex-professora de Inglês, formada em Letras, que ainda fez Administração antes de se mudar para a região de Alta Floresta (distante 774 km de Cuiabá), no Mato Grosso. Vitória da Riva, de 70 anos, é uma apaixonada pela região.

Sempre muito ligada à área de Ecologia, Vitória largou São Paulo início dos anos 90 para dar lugar em sua vida a um sonho: conservar a floresta. “Primeiro adquiri uma parte à margem direita do rio e devagar fui acrescentando mais áreas para proteger a região. Em 1992, montei o primeiro apartamento e alojamento, mas em 2005 é que começamos a construir os bangalôs confortáveis, que hoje são nossa marca”.

Montar um negócio próprio veio com a ideia de dar uma nova visão a um hotel que poderia ser como qualquer outro. Mas precisava inovar. Segundo a dona, foi lá que foi criada a primeira torre de observação de aves, onde é possível acompanhar não só os pássaros, mas o nascer do Sol – com aquela brisa que só a floresta oferece – como o entardecer. .

Seu pai ajudou a fundar aquela cidade. Talvez daí venha a identificação com o lugar, que é mais fácil de chegar via São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília Cuiabá. Inclusive, existe um voo direto da companhia Azul, que sai às 10h30 de Campinas (para quem parte de SP), que troca de aeronave em Cuiabá, e chega em Alta Floresta por volta de 13h30. De lá, guias receptivos seguem com os turistas mais uma hora de carro, e meia hora de barco até o hotel de selva.

A maior parte dos turistas que optam por conhecer o lugar é da gringa, cerca de 70% ante 30% de brasileiros. Geralmente, provenientes de São Paulo, Rio de Janeiro e grande parte do sul do Brasil. “As pessoas querem ter uma experiência de amazônia educativa”, explica, completando: “acho que o interesse ecológico tem aumentado entre os brasileiros, que está começando a descobrir a natureza.  Entre os estrangeiros já existe há mais tempo”.

Mãe de cinco filhos, quase todos estão de uma maneira ou de outra envolvidos no sonho idealizado por ela, há 25 anos. Alexandre pensa no marketing e divulgação do hotel. A filha mais velha, a arquiteta Adriana da Riva, montou todo o projeto de estrutura contemporânea brasileira, e o outro filho, Edson da Riva, pensou em todos os cuidados de sustentabilidade.

O próximo desafio para a região é conseguir que o Parque Estadual Cristalino seja implementado. Localizado em volta da reserva particular, existe desde o início dos anos 2000 no papel.

PROJETO SOCIAL
Além de poder conhecer todo o ecossistema ao redor do hotel Cristalino, quem optar pela estadia ajuda a ONG Fundação Ecológica Cristalino, criada pela própria Vitória, na década de 90, que trabalha diretamente com a equipe na formação de Educação Ambiental. Monitores fazem um trabalho de conscientização com crianças de escolas públicas, entre 11 e 12 anos, em Alta Floresta. Além disso, há o incentivo à pesquisa, observação e conservação da natureza com profissionais locais.

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