Por Eduardo do Valle
No início do mês de junho, a arquitetura brasileira recebeu um importante evento internacional: a New Cities Summit, que reuniu os nomes de maior destaque mundial da área. Entre os presentes, o francês Antoine Vernholes, publisher da revista L’Architecture d’Aujourd’hui, conhecida como ‘A’A‘, que passou por aqui para divulgar a edição dedicada aos nossos profissionais.
De volta a França, Vernholes bateu um papo pelo telefone com RG – em português perfeito diga-se de passagem. Na conversa, falou sobre o que o agrada nossa arquitetura e revelou projetos futuros para os leitores nacionais. Confira:
RG – Você veio ao Brasil recentemente. Qual o motivo da visita?
Antoine Vernholes – Fui a New Cities Summit procurar parceiros interessados em trazer o título para o Brasil. Conversamos com bastante gente, mas ainda não temos nada fechado. Busco por alguém que saiba falar de arquitetura, que realmente entenda do assunto e tope o desafio de levar um título como este, que está aí desde 1930, para a realidade brasileira.
RG – E nessa visita você chegou a identificar algo novo, diferente, na arquitetura brasileira? O que chamou sua atenção?
AV – Estamos a um ano preparando uma edição especial da revista dedicada ao Brasil e à arquitetura brasileira. A pesquisa começou em março de 2012, quando fizemos a primeira visita ao país e, desde então, conhecemos diversas cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, todas com a arquitetura muito rica e com muito potencial.
RG – Com relação aos arquitetos brasileiros, algum nome especial?
AV – Ficamos encantados com a obra do Lelé [carioca de nascimento, radicado em Salvador], que tem uma arquitetura muito moderna, muito inovadora. Ele já falava de arquitetura sustentável muito antes de a ideia ganhar a força e a popularidade que tem hoje. Falamos dele em nossa edição dedicada ao Brasil. Mas Lelé não é o único: também buscamos os jovens arquitetos, talentos emergentes, com potencial para levar a arquitetura brasileira para fora do país. Tem muito jovem com boas ideias por aí.
RG – Ouvimos que vocês também falam sobre Oscar Niemeyer, é verdade?
AV – Sim, é verdade. Mas, para o Niemeyer, produzimos uma edição especial off series, sobre sua obra. Nós fomos os primeiros a falar da obra dele fora do país e temos um grande registro do seu trabalho, incluindo cartas que ele trocou com Le Corbusier [arquiteto franco-suíço falecido em 1965, que assinou o projeto do edifício sede das ONU, em Nova York].
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