Por Chris Bicalho
O mundo lá fora, que já não tem seus euros para esbanjar, dribla a nova crise para continuar a circular. Vão-se as contas estratosféricas dos restaurantes, as sacolas das marcas delirantes. Fica o desejo de seguir viagem, com menos capital e o mesmo prazer de descobrir novos caminhos, outros horizontes, incríveis destinos.
Madames de outrora, laid-back de agora, veja só, aprenderam a gostar de uma nova categoria de hotéis para se hospedar. Deixaram de lado (só um pouquinho) os tradicionais cinco estrelas, hotéis-boutique, os de charme e todos os outros compostos que tomaram conta dos guias e das cabeças e abriram as portas para os “affordables”. São endereços que misturam todos os grandes requisitos para uma ótima temporada, mas sem grandes excessos. Apenas o básico, o bom básico, sem afetações ou (com o perdão da palavra) luxos. Afinal, nada pode ser mais supérfluo nos dias de hoje do que gastar demais com o que pouco importa. E o que vale?
Vale o conforto, o excelente serviço, a decoração perfeita e inventiva e, claro, a discrição do staff. E foi-se o tempo que tínhamos que pagar fortunas para tal. Os “affordables” costumam pedir menos de 150 euros por noite, geralmente são comandados por jovens no ramo que se uniram à velha guarda da hotelaria mundial numa joint venture inédita: de um lado o frescor da turma que reviu o conceito de bem-estar, limpando excessos desde o room service ao banheiro; de outro, os guardiões do know how, ex-funcionários dos hotéis mais clássicos do mundo que trouxeram para perto anos de experiência e vivência com a clientela mais exigente que há.
Digamos que o conceito de affordable tenha dado uma repaginada na cansativa ideia de “hi-lo”, afinal o low nunca foi low e o high sempre esteve lá em cima. Parece que é a primeira vez, pelo menos em se tratando de hotelaria, que o tal de hi-lo entrou em vigor. Ou você não acha super low profile pagar menos de US$ 200 por uma noite impecável?
Agora, uma listinha rápida com 10 dos mais incríveis affordables hotéis da Europa. Em comum, simplicidade e décor veloz, nada de bell boys correndo de um lado para o outro, nem porta giratória, rolls royce estacionado quase na calçada, enfim, dá para se sentir em casa – o que a gente adora. Para anotar na agenda.
40 Winks (Londres)
Hôtel Gabriel (Paris)
Michelberger (Berlim)
Ermitage (St.Tropez)
Ni (Monte Carlo)
Hampton (Dublin)
Rosso 23 (Florença)
Story (Estocolmo)
Room Mate Emma (Barcelona)
CitizenM (Amsterdam)