A expert em viagens e blogueira de RG, Chris Bicalho, tem sempre na ponta da lingua os melhores destinos e epocas certas para visita-los. Mas, nesse verao europeu, resolveu fazer o improvavel, escolheu Alba, no Piemonte, Italia, totalmente fora da epoca que seria “a certa”, que e quando se colhe as famosas trufas brancas, de setembro a novembro.
A seguir, a incrivel viagem de Chris.
“Alba, no verao, fora da temporada de trufas brancas, era um destino tao improvavel quanto Capri no inverno. Nao um lugar para se estar em pleno junho, a nao ser por uma otima razao: o convite da familia Ceretto, a embaixadora extra-oficial do Piemonte, para a garden party de inauguracao do novo site specific de sua villa.
Os Ceretto amam artes plasticas e fizeram de sua propriedade um refugio criativo para intelectuais, amigos sensacionais e artistas contemporaneos, que passam longas temporadas ali produzindo maravilhas que mais tarde vao habitar o imaginario de colecionadores do mundo inteiro.
Ao saber que todos haviam dado rsvp, la fui eu e minha familia estrada afora ao encontro da turma: Kiki Smith, Valerio Berruti, Philippe Petit (o cara que atravessou o World Trade Center numa corda bamba, lembram?), Bill Katz e Francesco Clemente, autor do fofissimo afresco pintado no restaurante Piazza Duomo, com suas duas estrelas no Michelin, iluminando ainda mais os dominios dos Ceretto.
Napolitano de nascimento, nova-iorquino desde 1980, Clemente tem por essa terrinha uma paixao visceral – coincidencia ou nao, sua mulher se chama Alba. E foi la, sob um “ceu” rosa peonia, pintado por ele, que descobri a melhor cozinha de toda a regiao, motivo que leva milaneses e outros fregueses a Alba todo fim de semana.
Minuscula e ao mesmo tempo grandiosa, aqui e terra de vinicolas excepcionais, dos Barbarescos e Barolos (palmas para o Monfortino Reserva, safra de 15 anos ou mais), e de construcoes excepcionais, com arquitetura de todas as epocas – vai do gotico ao barroco, do romanico ao renascentista. Sem guia na mao, sem salto alto no pe, e com garrafinha d?agua no bolso fui desbravando cada esquina e descobrindo maravilhas do centro e arredores. Como o Relais San Maurizio, um ?hotel del monastero? a 20 minutos de Alba, onde me hospedei agora e passo a indicar para sempre – o spa e para relaxar ate quem ja nasceu estressado.
E o restaurante Da Guido, com sua estrelinha cativa no Michelin, e parada obrigatoria para quem anda por ali a procura de uma vera cucina piemontese (in loco, peca o angliotti ?da Ligia?, e de comer de joelhos). E aquele papo de sempre, aquela Italia da historia. O resto e wikipedia.”
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