A saga de “O Senhor dos Anéis” nos cinemas por pouco não teve um destino bem, bem diferente. Já pensou se Quentin Tarantino tivesse assumido a cadeira de direção de Peter Jackson na hora de transpor os livros de J.R.R. Tolkien para as telas? Pois isso quase aconteceu – e tudo por culpa do homem mais odiado de Hollywood (e do showbiz em geral), o produtor Harvey Weinstein.
Segundo o livro “Anything You Can Imagine: Peter Jackson & The Making of Middle-Earth”, escrito pelo roteirista Ian Nathan, Weinstein achava que Jackson havia desperdiçado 12 milhões de dólares ao desenvolver um script para dois filmes.
O produtor, então, ameaçou colocar Tarantino na direção do longa caso a obra de Tolkien não fosse reduzida a um único filme de duas horas. “Harvey dizia: ‘ou você faz desse jeito ou tá fora. E eu tenho Quentin pronto pra dirigir'”, relatou no livro Ken Kamins, um produtor que trabalhou no projeto.
Segundo a obra de Nathan, outro nome cotado para assumir o filme foi o de John Madden, que dirigiu “Shakespeare Apaixonado”.
Jackson, segundo conta o livro, recebeu um memorando em junho de 1998, de Jack Lechner, chefe de desenvolvimento da Miramax, produtora do Weinstein, detalhando uma “abordagem simplificada e mais radical”, que permitiria que a história fosse resumida a um único filme.
Entre as alterações planejadas no roteiro, o Abismo de Helm seria cortado, Eowyn substituiria Faramir como irmã de Boromir, o Balrog desapareceria e Saruman também tinha um destino incerto.
O diretor contou a Nathan que os leitores da Saga do Anel ficariam decepcionados com as adaptações e, por isso, disse a Kamins que ele e seu parceiro, Fran Walsh, não podiam fazer o que Weinstein queria. “Nós preferimos ter nossa vida, fazer nossos filmes e não ter que lidar com essas besteiras. Fale para Harvey seguir em frente, fazer o filme e boa sorte a ele”, Jackson avisou à produtora.
Eventualmente, Kamins conseguiu convencer Weinstein a permitir que Jackson vendesse seu projeto para outra empresa. A ideia de Jackson foi comprada pela New Line Cinema e o livro de Tolkien foi transformado em uma trilogia que faturou 17 Oscars, inclusive um de Melhor Diretor para Jackson pelo trabalho em “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”.
Difamação
Em meio a tantas polêmicas, Jackson acusa Weinster de fazer campanha contra as atrizes Ashley Judd e Mira Sorvino. O diretor assumiu que foi influenciado pelo produtor para que cortasse as artistas de seus projetos, incluindo da saga “O Senhor dos Anéis”.
“Lembro da Miramax nos avisando que era um pesadelo trabalhar com elas e que deveríamos evitar isso a todo custo. Na época, não tínhamos razão para questionar o que eles nos falavam”, reflete o diretor. “Mas em retrospecto, percebo que isso era uma campanha de difamação da Miramax. Agora, eu suspeito que nos foram dadas informações falsas sobre essas mulheres talentosas”.